Judiciário
Após internamento, Justiça converte em domiciliar prisão do Padre Egídio e ele terá que usar tornozeleira
18/04/2024 14:50
Suetoni Souto Maior
Padre Egídio foi preso no dia 17 de novembro. Foto: Divulgação

O padre Egídio de Carvalho Neto não precisará voltar para a Penitência Especial do Valentina Figueiredo após deixar o hospital. Ele foi internado no fim de semana para a realização de uma cirurgia de apêndice e estava internado no Hospital da Unimed desde então. Após pedido da defesa, o juiz José Guedes Cavalcanti, da 4ª Vara Criminal de João Pessoa, seguiu o parecer do Ministério Público da Paraíba (MPPB) e converteu a prisão dele de preventiva para domiciliar. Com isso, o religioso poderá aguardar em casa o julgamento das acusações formuladas pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público.

Egídio é o ex-mandatário do Hospital Padre Zé e da Ação Social Arquidiocesana (ASA). De acordo com a acusação do Gaeco, ele teria desviado algo em torno de R$ 140 milhões ao longo dos últimos anos. Em nome dele, as investigações apontaram o acúmulo de 29 imóveis, sendo alguns de altíssimo padrão. Ele morava em uma granja repleta de obras sacras caras, com eletrodomésticos caríssimos, vinhos refinados e um quase anonimato em relação à riqueza que ostentava. E o pior para o religioso: tudo está largamente documentado.

A mudança no regime de prisão, portanto, é baseada no estado de saúde do religioso. “De acordo com os documentos acostados, Egídio de Carvalho Neto submeteu-se a uma cirurgia abdominal de urgência para retirada de um tumor, esteve internado na UTI do Hospital da Unimed, hipótese que, aliada aos demais problemas de saúde que ele tem, deixam-no na condição de “debilitado por doença grave”, havendo previsão legal para o acolhimento do pleito”, decidiu, com base em parecer favorável do Ministério Público.

No parecer do Ministério Público, o Gaeco indicou e foi seguido pelo magistrado em medidas cautelares que vão além da prisão domiciliar. Ele também fica impedido de manter contato com pessoas estranhas à defesa processual ou a familiares que residam na mesma casa; terá que usar monitoramento eletrônico através de tornozeleira; fica impedido de se ausentar do endereço no qual estará recluso sem autorização judicial e ainda fica proibido de acessar ou frequentar a ASA e o Instituto São José, assim como manter qualquer com colaboradores das respectivas instituições.

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