Sabe aquela história de que cada enxadada é uma minhoca? É mais ou menos isso o que os investigadores do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) têm encontrado em relação à operação Calvário. As investigações sobre o empresário Pietro Harley, preso na fase de investigação dos supostos desvios de recursos da Educação, levaram a um outro desdobramento. A nova enxadada revelou um suposto esquema de desvio de recursos e cobranças de propinas relacionada ao Detran da Paraíba.
Sim, velhos conhecidos da investigação em curso, como Pietro Harley e Coriolano Coutinho, voltam ao topo das atenções na nova investigação. Um documento em poder do Gaeco, por exemplo, mostra depoimento de um dos investigados revelando ter recebido cobrança de R$ 60 mil de pessoas ligadas ao governo, entre 2015 e 2016, para providenciar um encontro com o uma figura de grande influência na gestão. E olha o curioso, o dinheiro teria sido cobrado sem que houvesse o encontro previamente.
Detido em fevereiro, Pietro Harley teve a prisão convertida no cumprimento de medidas cautelares em maio deste ano. Ele deixou a prisão junto com o ex-secretário de Estado, Edvaldo Rosas. As investigações, no entanto, mostraram que os crimes apontados na 11ª e na 12ª fases da Calvário não paravam nos supostos esquemas de desvios de recursos na compra de livros. O Detran também se transformou em fronteira para desvios, revelam as investigações, que correm sob sigilo, de acordo com o apurado pelo blog.
Muitos elementos de prova foram juntados aos fatos apurados na oitiva das pessoas ouvidas até agora. As informações de que haveria uma operação em curso ganharam espaço nos debates de juristas recentemente. Em abril deste ano, o governador João Azevêdo (Cidadania) trocou o comando do órgão, com a saída de Agamenon Vieira para a entrada do delegado Isaías José Dantas Gualberto. O que vem por aí, saberemos em breve…
Em contato com o blog, o ex-superintendente do Detran, Agamenon Vieira, disse nunca ter se omitido no repasse de esclarecimentos ao Gaeco. Antes de deixar a pasta, ele forneceu todas as informações requisitadas pelo Ministério Público da Paraíba. Alegou ainda que relacionado a Pietro Harley, pouco depois de assumir o cargo, em junho de 2016, cancelou a compra de livros relacionados à educação para o trânstito por achar o número volumoso e de difícil distribuição. “Estou à disposição das autoridades para prestar qualquer esclarecimentos que achem necessários”, alegou.
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