Judiciário
Em carta, Livânia nega declarações para documentário “Justiça Contaminada”, sobre a operação Calvário
09/05/2022 13:48

Suetoni Souto Maior

Livânia Farias diz que não deu declarações e para o documentário. Foto: Reprodução/Youtube

A ex-secretária de Administração do governo da Paraíba, na gestão do ex-governador Ricardo Coutinho (PT), Livânia Farias, negou, em carta, neste fim de semana, declarações que teriam sido dadas por ela aos autores do documentário “Justiça contaminada: o teatro do lavajatismo na Paraíba”. O episódio 7 da produção traz supostas declarações da ex-auxiliar do governo, nas quais insinuaria conluio na condução das investigações da operação Calvário, desencadeada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba (MPPB), em 2019.

A operação Calvário apurou supostos desvios de recursos públicos ocorridos entre 2011 e 2018, período em que Ricardo Coutinho esteve à frente do Executivo estadual. As investigações do Ministério Público da Paraíba apontam para a existência de uma suposta organização criminosa que teria atuado neste período e que teria causado prejuízo estimado em R$ 153,2 milhões aos cofres públicos. O montante, de acordo com o Gaeco, tem a ver apenas com as perdas na área de saúde. No documentário, a tese sustentada é que os desvios teriam relação com ‘caixa 2’. Este, inclusive, é o entendimento atribuído a Livância no documentário e negado por ela.

“O único processo que andou foi esse, que tem eu, Daniel, Leandro e Michelle, que é o da caixa de vinhos. E que é aí que eu quero saber o que o Judiciário daqui vai fazer, porque se aquilo ali não for eleitoral, nenhum mais é. E eu acho que nem deveria ter chegado a tanto”, diz a declaração atribuída a Livânia no documentário. Ela é seguida de narração dizendo que foram vazadas informações para a imprensa e estimulada a espetacularização das informações. O documentário foi produzido pelos jornalistas Camilo Toscano e Eduardo Reina e foi lançado com transmissão ao vivo pela TV Conjur, na semana passada.

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No documentário, foram apresentadas, também, cartas escritas por Livânia Farias entre 2018 e 2019, nas quais ela narraria, entre outras coisas, o desejo de tirar a própria vida. A ex-secretária não nega o conteúdo das cartas, mas reprovou a divulgação delas sem sua autorização. “Declaro que não autorizei a veiculação dessas cartas e nem da minha imagem ou voz a quem quer que seja, bem assim jamais afirmei existir qualquer negociação ou conluio por parte dos órgãos do sistema de Justiça. Os fatos insertos no diário dizem respeito a minha intimidade, não tendo autorizado advogado ou a qualquer que fosse, a divulgação ou repasse do seu conteúdo”, diz a carta. A voz utilizada no vídeo, vale ressaltar, não é a dela.

Reprodução

Livância Farias não foi a única delatora no curso da investigação, que teve 23 fases. Firmaram colaboração premiada, com autorização da Justiça, também, o ex-assessor dela, Leandro Nunes (citado acima), o empresário Daniel Gomes, da Cruz Vermelha Brasileira, e a secretária pessoal dele, Michelle Louzada. Integram a lista ainda Maria Laura Caldas de Almeida, Cláudia Cristina Camisão, Ivan Brurity (ex-secretário de Turismo) e Bruno Michel Teixeira.

Veja o episódio 7 do documentário

https://youtu.be/l2n0UKTqtkQ

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