O arbítrio para decidir o destino é próprio do ser humano. Quando você segue por um caminho e percebe que ele se tornou tortuoso, é sempre válido tomar outra direção. É exatamente isso que, como observador, vejo na decisão do pastor Sérgio Queiroz, que anunciou neste sábado (31) a saída do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ao longo de quase três anos, o paraibano ocupou três cargos na administração federal, teve conquistas pessoais importantes, mas foi claramente ofuscado pela falta de rumo do governo.
O reflexo disso é que o governo tem embicado por falta de uma agenda clara, que possa devolver o país de volta aos trilhos. A decisão de Queiroz ocorre após um mês de férias em João Pessoa, período no qual, segundo pessoas próximas, aproveitou para refletir sobre o futuro. O secretário Especial de Modernização do Estado, pasta vinculada à Secretaria Geral da Presidência, vai se dedicar ao pós-doutorado em Salamanca, na Espanha, iniciado no ano passado. O tema do trabalho versa sobre os impactos da Corrupção sobre a fruição de Direitos Sociais e Difusos.
Antes de ocupar o cargo na Secretaria Geral da Presidência, Sérgio Queiroz teve papel importante na Secretaria Especial de Desenvolvimento Social, ligada ao Ministério da Cidadania. O detalhe é que os dois últimos cargos estavam vinculados a pastas comandadas pelo ministro Onyx Lorenzoni. De saída do cargo, Lorenzoni vai agora para o Ministério do Emprego e da Previdência Social, ainda em processo de criação. O cargo na Secretaria Geral será assumido pelo general Luiz Eduardo Ramos.
Queiroz chegou ao governo Bolsonaro ainda no processo de transição, em 2018. O primeiro cargo assumido foi na Secretaria Nacional de Proteção Global, ligada ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Na pasta, o principal feito foi a reparação história do Estado Brasileiro à sindicalista Margarida Maria Alves, assassinada durante a Ditadura Militar. Na secretaria Especial de Desenvolvimento Social, o destaque ficou para o trabalho desenvolvido na pandemia com a operacionalização do pagamento do auxílio emergencial.
As mudanças frequentes de pastas fizeram com que as conquistas não fossem capitalizadas por ele, enquanto figura pública. A saída do governo, por isso, sinaliza também o afastamento de Sérgio Queiroz de um eventual projeto eleitoral, que, diga-se de passagem, ele nunca apresentou como um projeto de vida. As especulações foram levantadas sempre muito mais por terceiros. O caminho do pastor, por isso, deve seguir com a missão pastoral e com o trabalho como procurador da Fazenda Nacional.
O tom sobre o futuro na política foi dado pelo pastor em mensagem publicada nas redes sociais. “Após a conclusão desse ciclo, Deus proverá o que será do meu futuro. Tenho certeza que a mão soberana Dele guiará a mim e a minha família”, disse.
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