Judiciário
“Sacolinha de São José”: alvo de operação da PF guardava junto a R$ 172 mil apreendidos oração para nunca faltar dinheiro
02/03/2023 13:54
Suetoni Souto Maior
Oração pedia que envelope "sem a dinheirama" fosse repassado para outras pessoas. Foto: Dvulgação/PF

A fé trouxe algumas surpresas para um dos alvos da operação Festa de Terreiro, desencadeada nesta quinta-feira (2) pela Polícia Federal, em parceria com o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco). Junto com R$ 172 mil em dinheiro, a PF encontrou uma oração com uma simpatia para que nunca falte dinheiro ao portador da mensagem intitulada “Sacolinha de São José”. O dinheiro foi apreendido durante o cumprimento de 11 mandados de busca e apreensão autorizados pela Justiça Federal, que foram cumpridos em Patos, no Sertão, e em João Pessoa.

“São José Pai de JESUS CRISTO rogai por nós

Espero que nunca lhe falte dinheiro, e que o mesmo aumente para você. Esta é a SACOLINHA DE SÃO JOSÉ: todo dinheiro que receber, coloque-o dentro dela, mesmo que seja por um minuto, e não gaste a moeda que mando com mesma. No dia 19 de Março do próximo ano (2008) distribua também 10 sacolinhas iguais a esta (com oração a SÃO JOSÉ, a moeda e a orientação de como proceder), mantendo assim a devoção, a fé e a tradição, e creia firmemente, pois de fato nada lhe faltará e aproveite para pedir Paz, Prosperidade, Harmonia, Compreensão, e muito Amor, para sua família e pra toda a humanidade. Amém!”

O dinheiro, “provavelmente fruto da oração”, foi encontrado em dois ambientes. A maior parte, R$ 100 mil, estava em uma maleta. Outros R$ 72 mil foram encontrados em uma caixa. Todo o conteúdo foi transferido para o Banco do Brasil, em Patos. O montante estava distribuído em notas de R$ 200, R$ 100 e R$ 50. A operação é um desdobramento da ‘Bleeder’, que já havia cumprido ordens judiciais no mês passado nas duas cidades. A suspeita é a de existência de esquema formado para fraudar processos licitatórios em cidades paraibanas. Os suspeitos não tiveram o nome divulgado pela PF.

Os investigados são suspeitos dos crimes de frustração do caráter competitivo de licitação, violação de sigilo em licitação, afastamento de licitante, fraude em licitação ou contrato, peculato, corrupção passiva e corrupção ativa. A operação Festa no Terreiro é um desdobramento da operação Bleeder, deflagrada logo após o primeiro turno das eleições 2022. O nome Festa no Terreiro foi dado em referência ao código usado pelos suspeitos para se referir aos certames.

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