Ex-governador, ex-senador, ex-deputado federal e ex-prefeito de Campina Grande. Currículo não falta a Cássio Cunha Lima (PSDB) para aconselhar o primo, Bruno Cunha Lima (União Brasil), sobre política de alianças. E isso foi feito por ele, de forma sutil, durante entrevista concedida ao jornalista Max Silva. Em tom professoral, o político lembrou ao atual prefeito de Campina Grande que ele é herdeiro de um grupo político que, com poucas variações, comandou a cidade nos últimos 40 anos. Todos, por isso, na visão do tucano, merecem atenção.
A referência surgiu em meio a perguntas sobre a possibilidade de união do grupo, no ano que vem, em torno da tentativa de reeleição de Bruno para a prefeitura de Campina Grande. E porque essa referência merece atenção, alguém pode questionar. Ora, o atual gestor recebeu apoio, em 2020, dos principais caciques políticos da cidade. Lá estavam Cássio e o filho, Pedro Cunha Lima. Estava também Enivaldo Ribeiro (PP), que indicou o neto, Lucas Ribeiro (PP), para a chapa. E estava, sobretudo, o deputado federal Romero Rodrigues (Podemos), este último saindo de um mandato muito bem avaliado.
Mas as queixas foram a de que muitos destes padrinhos foram escanteados pelo gestor ao longo dos últimos três anos. Queixas de telefonemas não atendidos são fartas. E o ato contínuo disso foi o afastamento progressivo de Romero e do deputado estadual Tovar Correia Lima (PSDB). Nomes como Eva Gouveia, viúva do ex-deputado Rômulo Gouveia, também tomaram outro rumo. Lucas e os Ribeiros, como um todo, mudaram de lado, abraçando o grupo político do governador João Azevêdo (PSB). Há quem diga até que o próprio Cássio sentiu o peso do afastamento do prefeito.
Apesar disso, na entrevista, ele se mostrou otimista em relação à reunificação do grupo para que se tente novamente a eleição de Bruno. Mas não sem mandar um recado direto para o pupilo. “Não imaginar que Campina foi iniciada hoje, foi inventada hoje. As pessoas ficam um tanto quanto envaidecidas mesmo, é humano, eu fiquei. Sou ainda hoje muito envaidecido pelo fato de ter sido prefeito, mas não pode cair naquela tentação de ‘é a primeira vez na história’, ‘é o maior do mundo’, nada. Isso é um trabalho de 50 anos. É um trabalho que tem o esforço, a dedicação de muita gente”, disse.
A este grupo que antecedeu Bruno e que estará ao lado dele no pleito de 2024, Cássio citou também o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), em quem promete votar para o Senado em 2026. Sobre o prefeito, prometeu trabalhar para unir o grupo, inclusive conversando com Romero, também primo do ex-senador. A promessa, no entanto, veio com a ressalva de que os dois (Bruno e Romero) são crescidinhos e podem resolver os próprios problemas. Para o deputado federal, Cássio promete até eventual apoio a ele para a disputa do governo do Estado, em 2026.
Mas o maior desafio, por ora, será recondicionar o grupo de 2020.
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