O pastor Sérgio Queiroz (Novo) acabou, finalmente, o mistério sobre seu papel na disputa pela prefeitura de João Pessoa, neste ano. Quer dizer, acabou, vírgula. Durante entrevista coletiva, nesta segunda-feira (22), ele colocou o nome à disposição para disputar a vice na chapa que deverá ser encabeçada pelo ex-ministro Marcelo Queiroga (PL). Só que impôs, para isso, uma condição: o cabeça de chapa deverá abandonar a polarização nacional e focar suas atenções nos problemas da cidade. Uma missão, diga-se de passagem, difícil de acontecer.
A polarização com o Partido dos Trabalhadores ou qualquer político que se alinhe com o presidente Lula é a principal commodity dos candidatos bolsonaristas em todo o Brasil. Na Paraíba, isso foi assim em 2020, com Nilvan Ferreira disputando a prefeitura da capital. Em 2022, ocorreu de novo com o mesmo Nilvan concorrendo à vaga de governador. Na primeira oportunidade, ele chegou ao segundo turno contra o prefeito Cícero Lucena (PP), que levou a melhor no pleito. Dois anos depois, com a mesma estratégia, o comunicador morreu na praia ainda no primeiro turno.
E tem uma dificuldade maior para Queiroga: ao contrário de Nilvan Ferreira, ele não é conhecido do grande público. E é justamente por isso que a ala bolsonarista tanto insistiu na presença do pastor Sérgio Queiroz na condição de vice. Só que isso não será o suficiente para tirar o ex-ministro da Saúde das cordas e fazer ele ser reconhecido em áreas mais populares, como o Mercado de Mangabeira. Ele vai precisar recorrer à polarização para sobreviver politicamente. Foi isso o que fez com alguma desenvoltura em todas as entrevistas concedidas até agora.
Só que o pastor não quer isso para sua biografia, como expôs em entrevistas recentes. Ele tem pregado, por exemplo, respeito aos adversários, seja ele Cícero Lucena, com quem diz ter boa relação, ou com eventuais postulantes do PT. Só que isso dificilmente ocorrerá.
Só para se ter uma ideia, a coletiva de imprensa de Queiroz nesta segunda-feira não foi acompanhada por Marcelo Queiroga. E isso aconteceu, sobretudo, porque o ex-ministro estava no Rio de Janeiro, onde participou, no domingo (21), de manifestação em prol de Jair Bolsonaro. O desapego à polarização, portanto, se parece muito com uma encomenda que o ex-ministro não terá condições de entregar.
Respondendo à jornalista Cláudia Carvalho, Queiroz voltou a falar, na coletiva, sobre polarização. Confira:
https://www.instagram.com/reel/C6EyQsUpPNA/?igsh=ajY4eHBwN3o0dXNq
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