Executivo
Queiroga isenta Bolsonaro e diz que ele mesmo pediu investigação de ‘falsa vacinação’ que implicou auxiliares do ex-presidente
09/05/2023 13:56
Suetoni Souto Maior
Marcelo Queiroga diz que seria um contrassenso Bolsolnaro se apresentar como alguém que tomou vacina. Foto: Reprodução/Facebook

Ex-ministro da Saúde, o paraibano Marcelo Queiroga saiu em defesa, nesta terça-feira (9), do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O ex-gestor foi alvo, na semana passada, de operação de busca e apreensão na casa dele, no Rio de Janeiro, e houve a prisão de ex-auxiliares por causa das suspeitas de suposta falsificação do cartão de vacinação de Bolsonaro e da filha dele, Laura, de 12 anos. De acordo com o dito pelo ex-ministro à rádio Arapuan, de João Pessoa, as informações de falsificação do documento começaram a ser investigadas ainda em dezembro do ano passado, por determinação dele.

Ainda em quarentena e sem poder assumir cargos públicos, Marcelo Queiroga disse não acreditar que Bolsonaro tenha sido o responsável pela falsificação. As suspeitas investigadas pela Polícia Federal são de que as inserções teriam sido feitas por auxiliares do ex-gestor como cautela, para o caso de haver cobrança do documento nos Estados Unidos, para onde o capitão reformado do Exército viajou no fim do ano passado. Para o ex-ministro, como figura pública e pelo seu histórico contrário às vacinas, seria um contrassenso o ex-presidente se apresentar fora do país como alguém que se vacinou.

Pesquisas em notícias antigas mostram um comunicado do Ministério da Saúde, em 18 de dezembro do ano passado, com pedido de investigação sobre suposta violação do sistema de informação do órgão para fraudar comunicação de vacina. A operação da Polícia Federal, no entanto, se detém sobre data posterior, o dia 21 de dezembro. O principal suspeito de ter atuado para que houvesse a inserção foi o tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do ex-presidente. Ele foi preso na semana passada, junto com outras pessoas próximas a Bolsonaro.

A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes dentro do inquérito das “milícias digitais” que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). Na decisão, o ministro considerou “plausível” a linha de investigação da Polícia Federal de que grupo ligado a Bolsonaro inseriu informações falsas no ConectSUS para obter vantagens ilícitas.

A fraude nos cartões de vacinação do Bolsonaro e da filha de 12 anos teria acontecido pouco antes de viajarem para os EUA (no penúltimo dia de mandato). Após ser lançado no ConecteSUS, é possível gerar um comprovante de imunização. Os dados foram retirados do sistema em 27 do mesmo mês, segundo relatório da Polícia Federal.

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