Judiciário
Psol acusa Bolinha de publicar gesto supremacista e pede cassação de candidato bolsonarista
21/08/2024 06:53
Suetoni Souto Maior
Imagem no perfil de Bolinha alterna a simbolização de três e zero, para representar o 30, número do Novo na urna. Foto: reprodução/Instagram

O Psol de Campina Grande ajuizou uma ação na Justiça Eleitoral com pedido de cassação do registro de candidatura de Arthur Bolinha (Novo). O partido, representado na disputa pelo professor Nelson Júnior, acusa o adversário na corrida eleitoral de publicar nas redes sociais uma postagem um gesto usado por supremacistas brancos. A representação pede, ainda, a aplicação de multa, retirada do ar da “propaganda ilegal” e ainda a realização de investigação criminal. Nas imagens, aparece uma mão que se movimenta sinalizando os números três e zero, para dar a ideia de 30, que representará o candidato na urna.

O Psol, por outro lado, entende haver a representação do gesto usado pelo grupo skinhead white power, que prega a supremacia branca. Na ação, assinada pelo advogado Olímpio Rocha, o representante aponta que Bolinha fez publicação no seu Instagram de um vídeo que apresenta uma pessoa fazendo um gesto atribuído aos supremacistas, tal qual já fez Filipe Martins, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência chegou a ser preso por suposta participação na elaboração da minuta do golpe.

O gesto, costumeiramente realizado por autoproclamados extremistas de direita, consiste na união do dedo polegar com o indicador, formando um círculo e mantendo os outros três dedos levantados, que, conforme organizações internacionais de Direitos Humanos, configura uma incitação ao crime de racismo e ódio contra minorias.

Na ação, o Psol diz que “a veiculação desse tipo de símbolo em propaganda eleitoral não só é incompatível com os princípios da democracia e da igualdade, mas também configura violação da legislação eleitoral, ao propagar ideias racistas e de ódio, atingindo diretamente a dignidade de grupos raciais e étnicos, principalmente de Campina Grande, onde o Representado postula a Prefeitura.”

A Representação tramita na 17ª Zona Eleitoral de Campina Grande, sob o número 0600080-95.2024.6.15.0017, e pede que a candidatura do empresário seja cassada, além de imposição de multa pela propaganda irregular, como também requer a instauração de investigação policial para apuração de crimes preconceitos raça e cor, em razão da publicação do gesto extremista. Agora, a Justiça Eleitoral vai analisar a Representação e decidirá se acata ou não os pedidos do Psol.

Em entrevista ao jornalista Fernando Braz, da Arapuan, Bolinha alegou que não buscou fazer nenhuma referência de cunho racial na postagem. Ele acusa os opositores de buscarem o assunto para não precisar se deterem a propostas para a cidade.

Analisando a imagem, é possível dizer que o movimento do Psol cria um fato político, mas com pouca possibilidade de sucesso.

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