O ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, foi preso pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (22). Ele é investigado por corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência por suposto envolvimento em um esquema para liberação de verbas do MEC. Ele foi detido em Santos, em São Paulo, e levado para Brasília. As primeiras informações são conta de que os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura também são alvos da operação da ação. Eles são investigados por atuar informalmente junto a prefeitos para a liberação de recursos do Ministério da Educação.
Os três se tornaram protagonistas, em março deste ano, do caso que ficou conhecido como o “escândalo dos pastores do MEC”. Em áudio divulgado pela Folha de São Paulo, na época, é possível ouvir Ribeiro afirmar que o presidente Jair Bolsonaro pediu a ele que os municípios indicados pelos dois pastores recebessem prioridade na liberação de recursos. Prefeitos disseram em depoimento que eles exigiram propina. As propinas chegavam a R$ 30 mil só para dar entrada em processo de pedido de verbas e haveria o pagamento de percentual após a liberação. Um dos prefeitos disse que recebeu pedido de uma barra de ouro.
Os policiais federais também fizeram buscas em endereços ligados aos investigados. Outro alvo de mandado de busca foi a sede do Ministério da Educação, em Brasília. A PF investiga Ribeiro por suposto favorecimento aos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura e a atuação informal deles na liberação de recursos do ministério. Há suspeita de cobrança de propina.O inquérito foi aberto após o jornal “O Estado de S. Paulo” revelar, em março, a existência de um “gabinete paralelo” dentro do MEC controlado pelos pastores.
Dias depois, o jornal “Folha de S.Paulo” divulgou um áudio de uma reunião em que Ribeiro afirmou que, a pedido de Bolsonaro, repassava verbas para municípios indicados pelo pastor Gilmar Silva. “Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar”, disse o ministro no áudio. “Porque a minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar”, complementou Ribeiro.
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