O anúncio da jornalista Rachel Sheherazade como nova integrante do reality A Fazenda, da Record, bombou nesta quinta-feira (14) nas redes sociais. O nome dela foi para a lista dos mais comentados no X, antigo Twitter. No perfil dela, na rede social, a paraibana de João Pessoa postou vídeo no qual demonstra vontade de vencer e pede para que as pessoas abracem a estratégia que adorará no jogo. Sheherazade tem 50 anos e deu os primeiros passos na profissão por aqui, trabalhando nos jornalísticos locais. Depois ganhou o Brasil, como âncora do principal programa informativo do SBT. Era a queridinha de Sílvio Santos. Sim, era.
A relação dos dois degringolou a ponto de Rachel Sheherazade passar de cara do editorial de Sílvio Santos a demitida, por contrariar interesses da empresa. A jornalista teve a cabeça entregue em uma bandeja no momento em que passou a ser incômoda ao patrão, justamente pela carga opinativa dada nos programas. Antes disso, ela era o símbolo do conservadorismo, teve até o nome cotado para disputar a vaga de vice na chapa encabeçada por Jair Bolsonaro (PL), em 2018. Só que depois, caiu em desgraça junto aos eleitores do ex-presidente, justamente por ter feito críticas ao governo dele. Ela foi demitida e processou o SBT em 2021.
Nas eleições do ano passado, a jornalista fez o L, para indicar voto em Lula. Isso não quer dizer que se tornou progressista, mas é inegável que fez um caminho de saída do campo mais conservador. Mas para entender a Sheherazade de hoje, é preciso lembrar como ela se tornou celebridade. A jornalista ganhou projeção nacional em 2011, após um comentário crítico sobre o carnaval. O vídeo viralizou e chegou ao ouvido de Sílvio Santos, que se encantou pelo talento da paraibana. Anos depois, ela virou voz marcante dos protestos de 2013 e contra o PT. Mas tudo isso passou.
Conversei com algumas pessoas que acompanharam a carreira de Sheherazade desde o início e posteriormente, mas também com outros observadores. É inegável para todos que o perfil a ser adotado por ela, lembrando que estamos falando de um jogo, não casará em justa posição com nenhum dos espectros políticos que ditam a polarização no país. Por essência, ela tem perfil conservador, é evangélica, mas não deve encarar a fundamentalista de antes. Também não tem perfil para muita abertura progressita e não há quem acredite no abraço a um perfil panicat, apesar de ter aparecido mais despojada em fotos recentes.
É possível, sim, esperar uma pessoa com incontestável capacidade de comunicação e respostas muito rápidas. Na hora de apontar o dedo para os erros dos outros, ela o fará com muita competência. Fora disso, não dá para esperar, por exemplo, que ela se envolva em papo cabeça sobre política no programa, até pelo padrão intelectual baixo dos outros participantes. Então, alguém pode perguntar: mas porque ela aceitou a empreitada? Há uma resposta simples e a jornalista já falou sobre isso no vídeo em que comunicou a participação no programa: um prêmio de R$ 1,5 milhão.
Mas se tudo isso der errado e a premiação não vier, ela ainda poderá usar essa vitrine para virar a chave na carreira e atuar como influenciadora. Seguidores a rodo nas redes sociais ela já tem.
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