O ex-governador Ricardo Coutinho e outras 12 pessoas se tornaram réus em ação ação fruto da operação Calvário, do Ministério Público da Paraíba. A denúncia foi aceita pelo juiz Eslu Eloy Filho, da 7ª Vara Criminal de João Pessoa, em decisão proferida nesta segunda-feira (25). Os suspeitos, formado por agentes públicos e empresários, foram denunciados no ano passado pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco). Eles são acusados de suposto desvio de R$ 50 milhões através do contrato firmado entre a Cruz Vermelha Brasileira filial Rio Grande do Sul e o Hospital de Emergência e Trauma, entre 2011 e 2018.
Além de Coutinho, viraram réus os ex-secretários estaduais Livânia Farias (Administração), Waldson de Sousa (Saúde e depois Planejamento) e Cláudia Veras (Saúde). A relação traz ainda o empresário Daniel Gomes (ex-diretor da Cruz Vermelha), os servidores públicos Karla Michele Vitorino Maia, Leandro Azevedo e Saulo de Avelar Esteves, além de Ricardo Elias Restum Antonio, Milton Pacífico José de Araújo, Saulo Pereira Fernandes, Keydison Samuel de Sousa Santiago e Michelle Louzada Cardoso. Na decisão, o magistrado também arquivou a denúncia contra a servidora Roberta Abath por falta de provas.
A denúncia oferecida pelo MPPB alega que a continuidade da terceirização dos serviços no Hospital de Trauma proporcionou o aperfeiçoamento do modelo de governança considerado corrupto pelo Gaeco. O esquema, de acordo com a denúncia, teria sido orquestrado principalmente por Ricardo Coutinho e Daniel Gomes. Este último é delator do esquema. Além disso, também foi apontado que os supostos desvios teriam proporcionado a estabilização financeira e a longa permanência dos integrantes do grupo na administração pública da Paraíba, além do enriquecimento ilícito dos integrantes, tanto do núcleo político quanto familiar.
A Operação Calvário, deflagrada pelo Gaeco, investiga a formação de um suposto esquema criminoso durante a gestão do ex-governador Ricardo Coutinho formado com objetivo de articular desvios de verba pública nas secretarias de Saúde e Educação. Desde o início dos trabalhos investigativos já foram apresentadas várias denúncias à Justiça no sentido de esmiuçar o esquema criminoso e detalhar todas as suas ações.
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