Executivo
O ousado plano de Galdino para se viabilizar como candidato ao governo
26/11/2024 16:16
Suetoni Souto Maior
João Azevêdo e Adriano Galdino durante entrevista na Assembleia Legislativa. Foto: Divulgação

O deputado estadual Adriano Galdino (Republicanos) costuma dizer que é, talvez, o político de sucesso mais subestimado da Paraíba. As declarações passaram a ser mais constantes nos últimos dias, quando intensificou a defesa do próprio nome para a disputa do Palácio da Redenção. O parlamentar não é humilde ao falar das próprias chances, mas também não cansa de dizer que a mesma desconfiança em relação a ele foi manifestada por aliados em cada cargo que disputou. E olha o que aconteceu: nesta terça-feira (26), ele foi reconduzido mais uma vez para o comando da Assembleia Legislativa (já são cinco mandatos).

Nas conversas que tem tido com aliados, Galdino se mostra convicto de que será candidato em 2026 e talvez com o apoio governista. E por que, afinal, as pessoas acham esse projeto tão difícil? Porque há muitas condicionantes para que isso aconteça com o apoio irrestrito do governador João Azevêdo (PSB). Primeiro, o gestor teria que escolher o nome de Galdino e ficar no mandato até o final. Pode ainda deixar o governo em abril para a disputa do Senado e ainda assim apoiar o atual presidente da Assembleia. Só que isso levaria a outro questionamento: e como ficaria a situação de Lucas Ribeiro (PP)?

Naturalmente, como vice-governador, ele assumiria a titularidade e passaria a ser um candidato natural e forte à reeleição. E isso dividiria de forma indesejada a base governista. É bom lembrar, ainda, que tudo o que gera divisão no bunker governista interessa à oposição. Mas alguém pode surgir e dizer que o vice também poderia renunciar para que Galdino assumisse o governo e ele mesmo disputasse a reeleição no cargo. Teria uma caneta poderosa na mão para costurar a sua recondução. Só que persistiria ainda a pergunta de por que cargas d’água Lucas renunciaria sem nada em troca?

O apoio à reeleição de Daniella Ribeiro (PSD) para o Senado não parece um argumento suficiente e convincente. Até porque o próprio Galdino diz que a disputa da Casa Alta, mesmo com duas vagas, promete ser uma guerra mais dura que o governo. Mas aí surge como atrativo uma indicação para o Tribunal de Contas do Estado (TCE). Tem ainda que combinar com os russos, tem, mas essa não é uma tarefa tão árdua. Mais difícil seria convencer o próprio Lucas, porque teria que abrir mão do governo. O atrativo são as três vagas que serão abertas com a aposentadoria de conselheiros até 2026: Arthur Cunha Lima, Fernando Catão e Nominando Diniz.

Há espaço para discussão, apesar de Lucas não andar discutindo isso em público. Tudo vai depender de muita conversa e muitas, muitas negociações. O que se tem por ora é que Galdino continua crente de que vai para a disputa. A partir de janeiro, as articulações ganharão força entre os que pretendem disputar o governo e vamos ter maior clareza sobre como cada um vai se portar.

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