Executivo
Nilvan diz que polarização entre Lula e Bolsonaro terá reflexo na Paraíba e faz contas para chegar ao 2º turno
08/03/2022 14:58
Suetoni Souto Maior
Nilvan em evento com Jair Bolsonaro em uma das visitas do gestor à Paraíba. Foto: Divulgação

O comunicador Nilvan Ferreira (PTB) demonstrou incômodo, nesta terça-feira (8), com os boatos de que deixaria a disputa pelo governo para ser vice na chapa do deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB). O postulante negou as afirmações e acredita ter viabilidade eleitoral para chegar ao segundo turno. Ele aposta na polarização entre o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus reflexos no Estado para passar adiante na disputa pela cadeira de chefe supremo do Palácio da Redenção. A esperança é que a rivalidade do plano nacional seja repetida na paróquia.

A conta de Nilvan é simples. Você tem do lado de Lula as candidaturas do atual governador, João Azevêdo (PSB), e do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB). Um deles deve passar para o segundo turno. Ambos reivindicam e usarão o nome do ex-presidente na disputa eleitoral. Do lado de Bolsonaro, o comunicador é o único, pelo menos até o momento, a reivindicar a representação do gestor na disputa eleitoral. O outro nome que entrará na disputa em busca do voto da direita é Pedro Cunha Lima (PSDB), mas ele evita o alinhamento ideológico com Bolsonaro.

Nilvan Ferreira tem sido o único candidato a defender, abertamente, as cores de Bolsonaro para a disputa. O alinhamento ideológico é encampado pelo emedebista desde a eleição passada, para prefeito de João Pessoa. Naquela campanha, ele disputava o espólio do bolsonarismo com o deputado estadual Wallber Virgolino (Podemos). O parlamentar, porém, abriu mão da disputa neste ano e colocou suas “armas” à disposição da candidatura de Nilvan. O grupo agora espera que o ex-presidente se fortaleça e chegue competitivo também na Paraíba, onde enfrenta forte oposição do ex-presidente.

Polarização nacional já dá as cartas nas composições para eleição estadual, com nomes ligados a Lula ou a Bolsonaro.

O espelhamento das rivalidades nacionais com as estaduais funca doi um cálculo cartesiano, na Paraíba. Pras bandas de cá, é comum se votar num candidato no plano nacional e divergir no Estado, por questões paroquiais. Para este ano, a aposta dos postulantes é que isso não se repita e a questão ideológica fortaleça o alinhamento. Isso fez com que Veneziano e João Azevêdo disputassem o palanque de Lula à tapa. O petista lidera todas as consultas eleitorais, mas Bolsonaro vem crescendo aos poucos. Os outros postulantes nacionais congelaram sem chegar a dois dígitos.

A lógica neste caso é bem prática: se houver espelhamento e Bolsonaro crescer, Nilvan sai na vantagem. Esse quadro, no entanto, só será visualizado mais adiante. Resta esperar.

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