Executivo
Morre de câncer, aos 41 anos, o prefeito Bruno Covas
16/05/2021 10:43

Suetoni Souto Maior

Bruno Covas ao lado do filho, após ser internado em São Paulo. Foto: Reprodução/Instagram

Houve um tempo que a morte de um jovem nos provocava espanto, independente da causa. Só que 434,8 mil mortes depois da Covid-19, este sentimento seu lugar a uma melancolia sem fim. É o que acontece, agora, com a confirmação do falecimento do prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB). Aos 41 anos, ele perdeu a batalha não para o novo Coronavírus, mas para o câncer, que continua tirando vidas independente da classe social. Com Covas, vai para o túmulo também o legado do avô, Mário Covas, morto também em consequência de um câncer.

A doença, no caso do prefeito, foi descoberta em 2019. Em abril, ele ficou internado por 12 dias no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, quando exames constataram que os tumores, originados no trato digestivo, haviam se alastrado para o fígado e também para os ossos. O político paulistano teve alta no dia 27, mas voltou a ser internado em 2 de maio. Na sexta (14) à noite, um boletim médico afirmou que seu quadro era irreversível. ​Era o prenúncio do que viria se confirmar neste domingo (16).

Covas era um político da nova geração e tinha perfil moderado. Na disputa pela reeleição, enfrentou um páreo duríssimo, frente ao ex-presidenciável Guilherme Boulos (Psol). A disputa foi vencida no segundo turno. Na campanha, ele buscou o discurso de centro, tentando fugir dos ataques que vinham da direita e da esquerda. O debate voltado para o enfrentamento do momento de crise econômica e também da pandemia do novo Coronavírus acabou saindo vitorioso. O enfrentamento do câncer também teve vez no debate.

Após um período razoável de controle da doença, o prefeito recebeu em fevereiro deste ano a notícia de que a ela havia avançado. O diangóstico apontou um novo nódulo, e o prefeito retomou a quimioterapia. Já não havia muito o que fazer para reverter o quadro.

Enquanto esteve no cenário político, Bruno Covas passou do inexpressivo neto de Mário Covas, na eleição de 2016, quando foi vice de João Dória, a uma figura com presença marcante na política. Em abril de 2018, aos 38 anos, ele assumiria o posto de prefeito, deixado por Doria ao disputar o governo estadual. O rapaz conhecido anteriormente apenas como um boêmio ganhou a responsabilidade de comandar a maior cidade da América Latina. O câncer foi maior inimigo que os adversários políticos e o levou antes de se consolidar na vida pública.

Perde a política nacional.

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