Um áudio do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, puxou para o centro das suspeitas de uma suposta tentativa de golpe de estado, empresários já enredados por inquéritos em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF). O material tornado público nesta quinta-feira (15) está em poder da Polícia Federal e relata que, em novembro de 2022, já derrotado, o ex-presidente foi pressionado pelo grupo para que não respeitasse o resultado das eleições. Na ocasião, Bolsonaro havia perdido a disputa contra Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo a PF, o áudio de Cid, enviado ao então comandante do Exército, general Freire Gomes, cita a “visita dos empresários Luciano Hang (lojas Havan), Meyer Nigri (Tecnisa), Afrânio Barreira (Coco Bambu) e, possivelmente, Sebastião Bonfim (Centauro)”. Na mensagem, ainda de acordo com a PF, Cid afirma que “os empresários tentaram pressionar Jair Bolsonaro para que o Ministério da Defesa fizesse um relatório mais duro, contundente, com o objetivo de ‘virar o jogo’, possivelmente se referindo ao resultado das eleições presidenciais”.
O encontro, segundo a investigação, ocorreu em 7 de novembro de 2022, dia anterior ao áudio de Cid. Dos quadro, apenas Bomfim não estava entre os alvos de operação da Polícia Federal determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, ainda durante o período eleitoral de 2022. Eles faziam parte de um grupo de mensagens chamado “Empresários e política”. Reportagem publicada pelo Metrópoles, na época, mostraram que eles defendiam medidas inconstitucionais, como uma ruptura democrática e um golpe de estado, caso o ex-presidente Lula vencessem as eleições de outubro.
A decisão de Moraes, na época, foi criticada por políticos, empresários e por setores da imprensa. O áudio, por isso, acaba corroborando com a necessidade da operação da época. Após os fatos divulgados nesta quinta-feira, os empresários e seus advogados procuraram negar as acusações.
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