Executivo
Maioria dos brasileiros é contra anistia para envolvidos na tentativa de golpe do 8 de janeiro, diz Datafolha
29/03/2024 08:23
Suetoni Souto Maior
Manifestantes promoveram quebra-quebra tendo como alvos os Três Poderes da República. Foto: Marcelo Camargo/ABr

Uma pesquisa divulgada pelo instituto Datafolha mostra que 63% dos brasileiros são contra anistia para os envolvidos nos ataques contra as sedes dos três Poderes, em 8 de janeiro de 2023. O ato foi protagonizado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que defendiam um golpe militar para impedir o governo do presidente Lula (PT), eleito no ano anterior. São a favor do perdão 31% dos ouvidos, ante 2% que se dizem indiferentes e 4% que não opinaram.

Os manifestantes, naquele momento, vandalizaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal por não se conformarem com a derrota de Jair Bolsonaro. Mais de 1,5 mil pessoas foram presas e várias já foram condenadas pelo Supremo Tribunal Federal, sob a cusação de participação nos crimes de associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Depois das prisões, cerca de 1.400 pessoas foram denunciadas. Um dos presos morreu na cadeia esperando julgamento, gerando acusações de maus-tratos por parte de bolsonaristas, e até aqui 145 pessoas foram condenadas a penas que vão de 3 a 17 anos de prisão. A anistia é um tema caro a Jair Bolsonaro (PL), que a pediu em um grande ato em seu apoio ocorrido na avenida Paulista, em São Paulo, no dia 25 de fevereiro.

Não foram poucos que viram ali um pedido não só para os já presos, mas para si: o ex-presidente é objeto de investigação sobre um plano para manter-se no cargo após a derrota de 2022. Assim, há um apoio maior no bolsonarismo ao tema do perdão, mas ele não é avassalador como em outras questões, comparado com a opinião dos petistas.

Segundo o Datafolha, se dizem a favor da anistia 40% dos eleitores de Bolsonaro no segundo turno de 2022, ante 25% dos de Lula. Contra o instrumento estão 71% dos votantes petistas e 53%, dos bolsonaristas.

Os números foram aferidos nos dias 19 e 20 de março com 2.002 entrevistados. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

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