As falas do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), deram novo ânimo a movimentos separatistas que se propagam pelas redes sociais. O gestor mineiro defendeu em entrevista ao Estadão, no fim de semana, a união dos estados do Sul e do Sudeste contra o Norte e o Nordeste do país e comparou as duas regiões a vaquinhas que produzem pouco. De imediato, surgiram de um lado fortes críticas ao gestor e do outro grupos defendendo a construção de um muro dividindo os estados do Norte e do Nordeste das outras regiões do país, consideradas por Zema mais produtivas.
Uma matéria publicada no site da BBC News Brasil mostra até um mapa propagado através do Twitter com a simulação de um muro construído, no maior estilo do trumpismo. Uma das postagens traz a frase: “força Zema, apoiamos você”. O documento foi compartilhado quase 10 mil vezes, revela o site.
“Já passou da hora de pensarmos na possibilidade de independência dos Estados do Sul e Sudeste. Chega de pagar a conta de Estados que não querem nada a não ser sugar até a última gota de sangue de quem trabalha e produz”, reagiu o perfil de um grupo separatista paulista no Facebook, junto a um link para a entrevista do governador de Minas Gerais. A Constituição brasileira não permite a independência de Estados da Federação.
O posicionamento do governador mineiro foi rechaçado pelos gestores nordestinos, inclusive através de carta assinada pelo governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB), presidente do Consórcio Nordeste. Ele foi acompanhado por manifestações dos governadores do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), e pelo do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB). Isolado até mesmo entre os gestores do Sul e do Sudeste, Zema divulgou esclarecimentos, alegando que não pretendia “diminuir outras regiões”.
Os movimentos separatistas, no entanto, têm se propagado até mesmo excluindo Minas Gerais do desejo de irmandade. Voltou a circular um mapa separando os estados do Sul do restante do Brasil. O movimento é chamado de Brasil do Sul. “A bandeira deles é uma das nossas há 31 anos”, diz à BBC News Brasil Nãna Freitas, presidente do Movimento O Sul é o Meu País, que desde 1992 defende a separação definitiva de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná do resto do Brasil.
Segundo o primeiro artigo da Constituição Federal, a República Federativa do Brasil é “formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal”. O pacto federativo é cláusula pétrea da Constituição —ou seja, não pode ser alterado a não ser que uma nova Carta Magna seja promulgada. (Com informações da BBC Brasil)
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