O jornal O Globo traz matéria, nesta quarta-feira (27), sobre a indecisão do Partido dos Trabalhadores em relação à disputa eleitoral em quatro capitais. A lista inclui João Pessoa, onde a indefinição fica sobre a escolha de candidatura própria ou apoio ao prefeito Cícero Lucena (PP) ainda no primeiro turno. As dúvidas se estendem, ainda, sobre o Recife (PE), o Rio de Janeiro (RJ) e Curitiba. Nas duas primeiras cidades, o acordo gira em torno de uma perspectiva de o partido do presidente Lula indicar o vice na chapa de reeleição dos atuais prefeitos: Eduardo Paes (PSD), no caso do Rio, e João Campos (PT), no caso do Recife.
Não há discussão, em João Pessoa, em relação a eventual indicação de vice, nem isso foi proposto pelo partido em nenhuma conversa. O posto, atualmente, é ocupado por Léo Bezerra, do PSB. Este último é uma indicação do governador João Azevêdo, um aliado de primeira hora do presidente Lula. O PT, em João Pessoa, aprovou internamente o indicativo de candidatura própria. Três nomes foram apresentados para a disputa, mas o deputado Luciano Cartaxo e o militante Paulo do PT desistiram, restando apenas Cida Ramos. A discussão agora é se o nome dela é mantido ou se a sigla rumará para os braços de Cícero.
A aliança com Cícero é defendida abertamente pelo presidente estadual do partido, Jackson Macedo, para quem o maior adversário do partido, hoje, é o bolsonarismo. Ele entende que uma composição com o atual prefeito, em João Pessoa, ajudaria a frear o crescimento da extrema-direita na capital. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), representante do grupo, teve quase 50% dos votos no segundo turno das eleições na capital, em 2022. Isso faz os petistas acreditarem no risco de uma candidatura alinhada ao bolsonarismo ir para o segundo turno.
A definição, portanto, vai ficar a cargo da Executiva Nacional do PT. Nos casos do Recife e do Rio, o interesse de compor a chapa é pelo fato de os gestores das duas cidades fazerem planos de disputar os respectivos governos do estado em 2026. Nesta terça-feira, integrantes do diretório nacional entenderam que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá ter participação direta nos movimentos para escolher vice nas capitais do Rio de Janeiro e de Pernambuco.
No Rio, a situação é vista como mais complicada porque Paes resiste a indicar um petista. O prefeito tem demonstrado preferência por um nome mais ligado a ele, como o deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), com a formação de uma chapa “puro-sangue”. Também mantém como plano B outros quadros do PSD e que integram a prefeitura. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse que a indicação do vice de Paes precisa ser uma condição para o apoio ao prefeito. “É posição majoritária do partido”, disse.
A participação do presidente nessas duas cidades foi anunciada na reunião por nomes da legenda como Humberto Costa (PE), o deputado Jilmar Tatto (SP) e a secretária de Finanças do PT, Gleide Andrade. No Recife, há uma disputa interna entre o deputado Carlos Veras e Mozart Salles, que trabalha na SRI, pela tentativa de indicação para a vice de Campos. No entanto, como o atual prefeito desfruta de amplo favoritismo na disputa, o ambiente é considerado pouco propício a cessões.
Assim como Paes, Campos é cotado para deixar o mandato no meio, caso reeleito, para concorrer ao governo estadual em 2026, o que faz o posto de vice ser cobiçado pelo PT, já que ganharia a prefeitura “de presente” daqui a dois anos. No atual mandato, a vice é Isabella de Roldão (PDT).
Quer receber todas as notícias do blog através do WhatsApp? Clique no link abaixo e cadastre-se: https://abre.ai/suetoni