Judiciário
Desvios de recursos no Hospital Padre Zé superam os da operação Calvário, revela o Gaeco
17/11/2023 16:23
Suetoni Souto Maior
Conhecido pelo trabalho dedicado ao Hospital Padre Zé, Egídio de Carvalho teria desviado R$ 140 milhões. Foto: Divulgação

Os desvios de recursos do Hospital Padre Zé e da Ação Social Arquidiocesana superam os revelados no curso da operação Calvário, revelou, nesta sexta-feira (17), o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba. Os dois casos foram investigados pelo órgão ministerial e dizem respeito ao suposto desvio de recursos detinados à assistência à população, principalmente às pessoas de baixa renda. O padre Egídio de Carvalho Neto e as funcionárias Jannyne Dantas (ex-diretora administrativa) e Amanda Duarte (ex-tesoureira) foram presos nesta sexta-feira.

A operação Calvário apurou supostos desvios de recursos públicos registrados entre 2011 e 2018, no governo da Paraíba, quando teriam sido desviados R$ 134,6 milhões dos cofres públicos, principalmente no Hospital de Trauma Senador Humberto Lucena. Neste caso, o ex-governador Ricardo Coutinho (PT) foi apontado com suposto líder de uma organização criminosa que teria feito os desvios. O caso resultou em várias fases da operação, em denúncia e prisões, mas o caso foi transferido para a Justiça Eleitoral. Já no caso do Padre Egídio, o desvio teria sido de R$ 140 milhões, em esquema que teria iniciado em 2013.

As investigações mostraram que o Padre Egídio vivia uma vida de luxo, com muitos imóveis de alto padrão em nome dele e movimentação bancária incompatível com as funções exercidas. Só no ano passado, de acordo com levantamento do Gaeco, as contas pessoais do religioso teriam movimentado mais de R$ 4,5 milhões. Isso representaria uma renda mensal de quase R$ 141 mil. Só que a remuneração mensal dele, oficialmente, era de R$ 19,8 mil, o que representaria um ganho anual não superior a R$ 238 mil.

Sobre o luxo, de acordo com as investigações, os gastos eram gigantes. Só em um antiquário visitado pelo padre, ele gastou R$ 358 mil na compra de obras de arte, artes sacras, cristais, eletrodomésticos, equipamentos domésticos, peças de vestuários e acessórios no geral. Só com vinho, no ano passado, ele teria gasto R$ 109 mil. Isso representa quase a metade do que ele ganhou no ano passado.

O advogado do religioso ainda não se pronunciou sobre o caso.

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