O Conselho Superior da Universidade Federal da Paraíba (Consuni) aprovou nesta quarta-feira (22), por unanimidade, a convocação dos conselhos superiores da instituição para analisar a proposta de destituição do reitor Valdiney Veloso. Menos votado entre os integrantes da lista tríplice enviada ao então presidente Jair Bolsonaro (PL), ele acabou sendo escolhido para o cargo em 2020, contrariando a vontade da comunidade universitária. O mandatário não participou da reunião do Consuni, que foi presidida pelo decano do colegiado, Zaqueu Ernesto da Silva.
Além do Consuni, os conselhos superiores são formados pelo Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) e pelo Conselho Curador. Caberá a eles decidir pela destituição ou não do reitor. O processo que pede a saída de Valdiney Veloso do comando da instituição já tramita há um ano e meio no colegiado. Ele foi originado de um dossiê que acumula denúncias contra o mandatário. Entre os pontos elencados estão pressão e censura no ambiente acadêmico, precarização das condições de vida dos estudantes, alinhamento ideológico com a extrema-direita e usurpação das competências dos conselhos superiores.
Para a reunião, o reitor e os pró-reitores não compareceram. O comando da reunião, então, ficou a cargo do professor Zaquel Ernesto. O relator da matéria foi o professor Jailson José Gomes da Rocha, que é diretor do Centro de Biotecnologia e Conselheiro do Consuni. O relatório dele foi pela convocação dos conselhos superiores para que haja decisão em relação às denúncias que pesam contra o reitor. O encontro vai acontecer no dia 16 de maio e, caso haja entendimento favorável, o caso será remetido para o Ministério da Educação (MEC). Caberá ao MEC analisar a indicação e decidir sobre o efetivo afastamento do reitor.
Valdiney Veloso sofreu desgaste recentemente por causa da determinação, por parte do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5), para que ele seja impedido de cursar Engenharia de Produção da instituição. Ele foi aprovado no Sistema de Seleção Unificado (Sisu) fazendo uso de cota social, destinada a estudantes oriundos de escolas públicas. Após recurso, no próprio tribunal, o caso dele teve novo parecer contrário do Ministério Público Federal. Em parecer assinado pela procuradora regional da República, Caroline Maciel, o órgão se posicionou contra o recurso.
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