Executivo
Com PCdoB no comando da federação, sonho petista de disputar João Pessoa fica mais distante
05/02/2024 12:00
Suetoni Souto Maior
Luciano Cartaxo e Cida Ramos travam batalha interna no PT. Foto: Montagem/Divulgação

O plano do Partido dos Trabalhadores, de disputar as eleições deste ano, em João Pessoa, ganhou uma dificuldade extra: a posse de Luciana Santos, do PCdoB-PE, no comando da Federação Brasil da Esperança. O grupo é formado pelas duas siglas mais o PV e, pelas regras que regem a associação, devem funcionar como um único partido na disputa do pleito municipal. A complicação para o plano petista, portanto, ocorre porque a sigla é a única disposta a encampar um projeto próprio. As outras duas devem marchar com o prefeito Cícero Lucena (PP) na busca pela reeleição.

Alheios às amarras da federação, dois deputados petistas travam uma batalha interna para terem o nome referendado pelo partido para a disputa eleitoral. São eles: Cida Ramos e Luciano Cartaxo. Os dois, vale lembrar, já se enfrentaram nas urnas por siglas diferentes. A primeira, pelo PSB, e o segundo, pelo PSD, com vitória do parlamentar. O problema agora é que se encontre a fórmula para o confronto interno, isso não será o suficiente para resolver a parada. Até porque o ungido pelo PT ainda terá que convencer a federação sobre a viabilidade de um projeto próprio e isso não será fácil.

E vai aí mais um problema: assim como aconteceu nacionalmente, com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), deixando a presidência rotatória da Federação Brasil da Esperança, o mesmo vai ocorrer na Paraíba. O presidente do Partido dos Trabalhadores, Jackson Macedo, passará a cadeira para a presidente do PCdoB, no Estado, Gregória Benário. Esta última, vale lembrar, tem boa interlocução com o governador João Azevêdo (PSB), aliado de primeira hora do prefeito Cícero Lucena. Ela comanda a Junta Comercial do Estado atualmente.

Por conta disso, a expectativa governista é que assim como o PV, que já anunciou apoio a Cícero Lucena, o PCdoB rume no mesmo caminho, seguindo a orientação de João Azevêdo. Daí, as três legendas terão que resolver o impasse. Existe um acordo entre os partidos para que não se repita o ocorrido em 2022, quando o PT seguiu sozinho no apoio ao senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) na disputa pelo governo e PV e PCdoB ficaram com João. As três agremiações, portanto, precisarão entrar em consenso sobre 2024 e, se não conseguirem, o caso deverá ser arbitrado nacionalmente.

É bom lembrar que esse isolamento petista não está restrito à federação. Recentemente, em conversa com o blog, o presidente estadual do PT disse que participou de um encontro de partidos que apoiavam a eleição do presidente Lula, no ano passado. Ele contou que no local estavam nove siglas que habitam o ecossistema da esquerda, do centro e da centro esquerda. Delas, apenas o PT estava de fora do arco de alianças de Cícero Lucena. Assim fica fácil prever o desfecho dessa confusão.

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