Executivo
Jackson fala o óbvio: o PT vai isolado para disputa em João Pessoa se decidir por projeto próprio
26/01/2024 13:51
Suetoni Souto Maior
Jackson Macedo tem acompanhado o debate nacional sobre a definição de candidatura própria ou não. Foto: Divulgação

O presidente estadual do Partido dos Trabalhadores, Jackson Macedo, apresentou uma visão crítica e correta sobre uma eventual candidatura própria da sigla na disputa pela prefeitura de João Pessoa neste ano. Questionado sobre uma eventual candidatura própria na capital, ele disse que, se ela ocorrer, a agremiação partirá isolada para o projeto. E ele está certo ao dizer isso. O PT, ao que pese ser o partido do presidente Lula, “esqueceu” de construir capilaridade política para uma disputa majoritária na principal cidade do Estado. Resultado: viu todas as siglas que orbitam a esquerda escorrerem pelas mãos.

Jackson apresenta parâmetros factíveis para a análise. Ele lembra que foi a um evento no ano passado com a presença do governador João Azevêdo (PSB). Lá estavam apoiadores do comandante do Estado e de Lula. Ao todo, nove partidos que habitam o ecossistema da esquerda, do centro e da centro esquerda. E quantas destas siglas não estarão com Cícero Lucena (PP) na disputa da reeleição? Só o PT. Isso parece trivial, e é. Sem apoios, uma disputa pelo comando de uma cidade com mais de 800 mil habitantes tem o seu sucesso relegado ao acaso. Pode ocorrer, mas é bem difícil.

Alguém pode dizer: mas a história está cheia destas eventualidades. Mas o quadro que se apresenta, agora, é bem diferente. O PT não entrará na disputa pela prefeitura de João Pessoa, caso decida abraçar esse projeto, com perspectiva clara de crescimento. Sequer se posiciona como polo na disputa, como é possível imaginar numa disputa entre extrema-direita e esquerda, como ocorreu no pleito de 2022. E isso ocorre porque alguns dos principais players na disputa não estão alinhados em justa posição a Lula ou ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

O PT de João Pessoa pode decidir por uma candidatura própria e isso ser acatado pela direção nacional da sigla, que é a instância final para a decisão. Daí, faz ainda mais sentido a provocação de Jackson: se o PT for para a disputa no primeiro turno, quem será o vice na chapa? E como será formada a nominata para a disputa das vagas disponíveis na Câmara de João Pessoa? Tudo isso tem que ser analisado. Daí, não seria de todo esquisito imaginar uma aliança do PT com o prefeito Cícero Lucena ainda no primeiro turno.

O partido, segundo as deliberações da instância municipal, poderá investir nas candidaturas dos deputados estaduais Luciano Cartaxo ou Cida Ramos. O primeiro foi prefeito por oito anos e a segunda disputou o cargo em 2016, sendo vencida pelo primeiro. Só que ambos terão dificuldade para se viabilizar frente ao deserto de apoios no campo progressita. O debate segue, mas, frente aos números, é difícil discordar de Jackson Macedo.

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