Executivo
Com avanço da desertificação, João Azevêdo cria comitê para discutir efeitos das mudanças climáticas na Paraíba
18/07/2025 08:48

Suetoni Souto Maior

João Azevêdo deve renunciar ao cargo em abril do ano que vem. Foto: Divulgação

O governador João Azevêdo (PSB) assinou decreto determinando a criação do Comitê BioClima PB. O ato, publicado no Diário Oficial do Estado desta sexta-feira (18), é definido como movimento para tentar se colocar na rota das boas práticas em gestão ambiental e combate às mudanças climáticas. O decreto nº 46.830/2025 estabelece o comitê como instância temporária – com validade inicial de dois anos – com a missão de fomentar estudos e integrar produção científica e políticas públicas voltadas para adaptação, mitigação e desenvolvimento sustentável.

Os trabalhos serão exercidos sem remuneração, sob a justificativa de “relevante interesse público”. Mesmo assim, o projeto pode ser considerado ambicioso: reúne um verdadeiro exército de pesquisadores das principais universidades da Paraíba, técnicos de instituições públicas e especialistas que atuam diretamente em áreas sensíveis da agenda ambiental e climática do Estado.

O Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB), por meio do conselheiro Fernando Catão, vem chamando a atenção para o problema há vários anos. Há, inclusive, uma auditoria operacional do órgão alertando para o problema. Confira.

Do laboratório para a mesa do gestor
A iniciativa busca aproximar a produção acadêmica da tomada de decisão do governo estadual, funcionando como ponte entre ciência, tecnologia e formulação de políticas públicas. A criação do Comitê também atende às diretrizes da Política Estadual de Mudanças Climáticas (PEMC) e às metas brasileiras no âmbito do Acordo de Paris.

O modelo não é novo, mas reforça uma tendência recente de valorização da ciência como suporte para políticas públicas. A Paraíba, que já integra o Consórcio Brasil Verde — articulação entre estados para ações coordenadas de combate às mudanças climáticas — tenta, com o BioClima, organizar internamente o fluxo de informações e articulações para dar mais consistência à sua atuação nesse campo. O Estado, também vale ressaltar, tem sofrico com o processo de aumento da desertificação.

O comitê terá como uma de suas tarefas estruturar o Fórum Paraibano de Mudanças Climáticas, órgão de caráter permanente que deve herdar e ampliar as atribuições desse grupo de trabalho temporário.

Quem faz parte do BioClima PB
A composição do Comitê impressiona pela diversidade e quantidade de instituições envolvidas. Estão no time representantes da UFPB, UFCG, IFPB, UEPB, INSA, além de órgãos como a AESA, SECTIES e o Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia.
Cada instituição indicou pesquisadores e especialistas de centros e laboratórios de excelência, com expertise nas mais diversas áreas: biodiversidade, energias renováveis, solos, águas, climatologia, alimentos, bioenergia, agroecologia, geoprocessamento, engenharia florestal, termitologia, entre outros.

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