Executivo
Candidatura de Nilvan se propaga no vácuo de opções da oposição para a disputa do governo
08/12/2021 09:10
Suetoni Souto Maior
Nilvan Ferreira durante a campanha eleitoral do ano passado. Foto: Divulgação

Falar em consenso é precipitado porque muita água ainda vai rolar por debaixo da ponte até as eleições do ano que vem. Mas é possível dizer desde já que o lançamento da pré-candidatura de Nilvan Ferreira (PTB) para a disputa do governo do Estado surge como fato novo no xadrez político estadual. Essa possibilidade não estava no radar até bem pouco tempo, pois o comunicador fazia planos de disputar uma vaga na Câmara dos Deputados. Essa concepção mudou em decorrência do vácuo de lideranças dispostas a ir para a disputa com o governador João Azevêdo (Cidadania) com as cores da oposição.

O primeiro nome colocado para o pleito foi o de Romero Rodrigues (PSD). A opção agradava tanto lideranças de centro-direita quanto da direita bolsonarista. Estes últimos, lógico, com ressalvas quanto ao perfil mais “apaziguador” do ex-prefeito de Campina Grande. Eles cobravam uma postura mais alinhada com a do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Um dos que cobravam isso era o próprio Nilvan, além dos deputados estaduais Wallber Virgolino (Patriota) e Cabo Gilberto (PSL). Só que diante da baixa aprovação do presidente no Estado, Romero rejeitou o alinhamento, pegou o boné e abandonou a disputa.

O vácuo que se formou fez surgir especulações de que o presidente escalaria o ministro Marcelo Queiroga (Saúde) para a disputa. Ele precisa de um palanque no Estado e as opções para oferecê-lo eram escassas. O deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB) até ensaiou o lançamento do nome dele, mas até agora não tornou oficial essa possibilidade. O tucano, vale ressaltar, tem evitado o alinhamento com o presidente, temendo a repercussão eleitoral. E além disso, Pedro sempre fez críticas à gestão bolsonarista, mesmo tendo o cunhado no comando da Sudene (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste) até bem pouco tempo.

O que se tem para hoje, portanto, é que depois de João Azevêdo se colocar como pré-candidato à reeleição, só agora alguém decidiu, de forma oficial, se apresentar como candidato. O próprio Nilvan deixa claro que o objetivo é aproveitar o vácuo de candidaturas e tentar fortalecer o partido dele. De quebra, pretende oferecer palanque a Jair Bolsonaro. A esperança é que o presidente consiga sair do atoleiro e se torne viável eleitoralmente no ano que vem. As esperanças para isso foram depositadas nos programas sociais criados sob encomenda para o ano eleitoral.

Nilvan foi candidato a prefeito de João Pessoa no ano passado e chegou ao segundo turno das eleições. Ele foi derrotado pelo atual prefeito, Cícero Lucena (PP). A partir de agora, ele garante que vai percorrer o estado para ouvir as lideranças. Para ter sucesso, no entanto, vai precisar que o atrelamento com Bolsonaro renda frutos e agregue densidade eleitoral. Além dele, o próprio Pedro poderá lançar candidatura. Outro nome que integra a lista de probabilidades é o do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB). Já Romero deve mesmo seguir para a base aliada de João Azevêdo.

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