O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) arrumou um inimigo para chamar de seu no Supremo Tribunal Federal (STF). Depois de semanas de tensionamento com Luís Roberto Barroso, que preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele voltou suas atenções para o ministro Alexandre de Moraes, justamente o que mais ameaça o núcleo bolsonarista. Ele é autor das decisões que determinaram a prisão do ex-deputado Roberto Jefferson e a busca e apreensão em endereços de Sérgio Reis. Por isso, o magistrado virou alvo de pedido de impeachment impetrado pelo presidente.
Um funcionário do Palácio do Planalto entregou nesta sexta-feira (20) ao Senado o pedido. O pedido foi protocolado no fim da tarde. A pretensão inicial do presidente era inserir Barroso no pedido, mas ele recusou, por ora. O presidente alega que os dois extrapolam os limites constitucionais. A movimentação gerou uma crise entre os poderes. O presidente do Supremo, Luiz Fux, chegou a cancelar a participação em uma reunião entre os poderes que teria a participação do presidente.
Os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), vinham atuando como bombeiros. As articulações caíram por terra depois das decisões de Moraes contra bolsonaristas. No pedido, Bolsonaro requer a destituição de Alexandre de Moraes da condição de ministro do Supremo Tribunal Federal e a inabilitação de dele para exercício de função pública durante oito anos. A tramitação do pedido depende de decisão do presidente do Senado. O parlamentar já disse que a análise do pedido “não é algo recomendável” para o Brasil.
Jair Bolsonaro viajou na manhã desta sexta para Iporanga, no Vale do Ribeira, interior de São Paulo. Um interlocutor do presidente afirmou que auxiliares do Planalto conseguiram convencê-lo a não ir pessoalmente ao Senado para fazer a entrega do pedido. Bolsonaro é investigado em cinco inquéritos — quatro no Supremo Tribunal Federal e um no Tribunal Superior Eleitoral.
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