Executivo
Bolsonaristas assediam, mas Tarcísio não deve disputar a Presidência em 2026. Entenda
04/07/2023 06:46
Suetoni Souto Maior
Bolsonaro e Tarcísio de Freitas durante solenidade. Foto: Alan Santos/PR

Desde antes de o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ter tido a inelegibilidade decretada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o nome do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, é lembrado como herdeiro do espólio do ex-gestor para disputar a Presidência. Os predicados citados são perfil conservador, ser mais moderado e ter sido a principal aposta bolsonarista nas disputas estaduais. Só que o gestor tem avisado a interlocutores que não quer o desafio. Isso foi externado, na Paraíba, pelo secretário de Governo de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), e ganhou espaço na coluna de Mônica Bergamo desta terça-feira (4), na Folha.

Para começar pela Paraíba, vamos lembrar a passagem de Gilberto Kassab por aqui. Ele integra a gestão de Tarcísio e é visto como principal conselheiro político do gestor paulista. No último sábado (1º), ao ser questionado sobre o assunto, um dia depois da inelegibilidade de Bolsonaro, ele defendeu que o governador de São Paulo tem que se dedicar primeiro a fazer uma boa gestão em São Paulo. Se fizer isso, ele reforça, conseguirá a reeleição em 2026. Depois disso, provavelmente em 2030, poderá pensar na disputa da Presidência da República.

A análise de Kassab tem sentido quando se pega o histórico dos governadores de São Paulo que tentaram migrar do Palácio dos Bandeirantes direto para o Palácio do Planalto, sem escala. Os casos mais recentes foram os dos então governadores tucanos José Serra e Geraldo Alckmin. Ambos eram bem avaliados e poderiam, sem problemas, conseguir a reeleição e ficaram sem nada.

A coluna de Mônica Bérgamo, na Folha, nesta terça, diz que o governador avisou a empresários que se algum deles lançar sua candidatura à Presidência da República estará contratando “inimizade” com ele. A intenção é frear o entusiasmo de integrantes do mercado financeiro e do empresariado com a possibilidade de ele ser o sucessor político do ex-presidente, que não poderá disputar eleições até pelo menos 2030.

Na avaliação de interlocutores frequentes do governador, ele sabe que se tiver o nome lançado para a eleição presidencial de 2026 entrará no foco das duas maiores lideranças políticas do país: Lula (PT), que deve ser candidato à reeleição, e Bolsonaro, que já mostrou com clareza que não pretende entregar o bastão político para ninguém por enquanto. Por isso, quer manter a boa relação com o governo, para ter recursos federais, e com Bolsonaro, para não queimar a largada e ser abatido em voo.

Na semana passada, em entrevista, o ex-presidente evitou citá-lo como opção e disse ter uma “bala de prata”, mas não revelou quem é.

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