Ex-prefeito do Recife e ex-deputado federal, o hoje deputado estadual por Pernambuco, João Paulo Lima (PCdoB), me disse certa vez que “democracia é bom, mas dá um trabalho da gota”. Ele se referia à organização interna do Partido dos Trabalhadores, no qual militou a maior parte da vida. A sigla é conhecida pelas brigas monumentais e ruidosas em todas as grandes cidades brasileiras. Acontece que, no caso da Paraíba, o partido precisaria up grade para acompanhar o arranca-rabo protagonizado pelas lideranças do PL.
O episódio mais recente diz respeito ao movimento do deputado federal Wellington Roberto, presidente estadual da sigla, que promete processar o comunicador Nilvan Ferreira. O dirigente da sigla não gostou de ter ouvido pela imprensa afirmações do ex-candidato ao governo da Paraíba de que ele teria vendido o partido e traído o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). No bate e rebate, o comunicador entendeu que o objetivo de Roberto é calá-lo e disse que não será intimidado. Nos bastidores, a confusão é muito, muito maior.
E é este o ambiente que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro chegou à Paraíba. Ela veio a João Pessoa para participar de encontro do PL Mulher, ala da sigla presidida nacionalmente por ela, previsto para este sábado (15). No Estado, ela se reuniu nesta sexta-feira com Nilvan e com os deputados Cabo Gilberto (federal) e Wallber Virgolino (estadual). Os três se mostram descontente pela apresentação da pré-candidatura do ex-ministro Marcelo Queiroga (saúde) para prefeito de João Pessoa. Entendem que qualquer um deles teria mais chance que o ex-auxiliar do ex-presidente Jair Bolsonaro.
De quebra, colocam a culpa pela indicação de Queiroga em Wellington Roberto, visando enfraquecê-los. O nome do ex-ministro acabou sendo bancado pelo presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto. Os três acham que podem mudar isso indo direto a Bolsonaro. A tendência, no entanto, é que o objetivo seja frustrado, já que o dirigente nacional decidiu bancar o médico paraibano. O reflexo disso será materializado em racha e mais brigas. A esta altura, as confusões do PT lembram muito as intrigas da primeira infância no parquinho.
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