Judiciário
Alvo de ataques bolsonaristas, Cármen Lúcia dará voto que poderá tornar Bolsonaro inelegível
30/06/2023 07:31
Suetoni Souto Maior
Cármen Lúcia será a quinta a votar no processo contra Bolsonaro. Foto: Tânia Rêgo/ABr

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retoma nesta sexta-feira (30) o julgamento da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com o voto da ministra Cármen Lúcia. Ela é a quinta na lista de votação da Corte Eleitoral e deve se manifestar favoravelmente à inelegibilidade do ex-gestor, seguindo o voto do relator, Benedito Gonçalves. Para quem não a conhece ou a conhece pouco, basta saber que ela é um dos principais alvos dos ataques bolsonaristas contra ministros da Suprema Corte e que foi sordidamente insultada pelo ex-deputado federal Roberto Jefferson ano passado.

Jefferson fez declarações depreciativas contra a ministra na véspera do segundo turno das eleições e atirou e jogou granadas nos policiais federais quando eles foram prendê-lo por determinação do ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE. Este último é outro que deve votar no julgamento do ex-presidente. O placar, até o momento, é de três votos pela condenação e apenas um contrário, justamente o do ministro Raul Araújo, conhecido pelas posições mais alinhadas ao bolsonarismo. Foi ele o ministro que, ano passado, tentou impedir manifestações favoráveis ao então candidato Lula (PT) durante o festival Lollapalooza.

Votaram a favor da inelegibilidade, até agora, os ministros Benedito Gonçalves, relator da matéria, e os ministros Floriano de Azevedo Marque e André Ramos. Caso Cármen Lúcia siga o mesmo caminho, o placar em prol da inelegibilidade chegará a 4 votos, a maioria na composição da Corte. A expectativa é que o voto seguinte, de Nunes Marques, seja pela inocência do ex-presidente.

O retorno do julgamento vai acontecer a partir das 12h. Na sessão, que encerra o primeiro semestre forense de 2023 na Corte, o presidente do Tribunal, ministro Alexandre de Moraes, deve apresentar um balanço dos processos julgados pelo Plenário no período. Pela ordem, votam Cármen Lúcia, seguida de Nunes Marques e Alexandre de Moraes.

Bolsonaro é acusado de abuso do poder político e uso da TV Pública para propagar desinformação sobre o processo eleitoral brasileiro durante encontro com embaixadores de vários países, em julho do ano passado.

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