Judiciário
Alexandre de Moraes revela que com ajuda da Abin golpistas planejavam prendê-lo e enforcá-lo na Praça dos Três Poderes
04/01/2024 07:59
Suetoni Souto Maior
Alexandre de Moraes teve papel importante na prisão dos suspeitos de participação nos atos golpistas. Foto: Marcelo Camargo/ABr

As revelações sobre os atos golpistas do dia 8 de janeiro do ano passado não param de gerar espanto. Em entrevista publicada em O Globo, nesta quinta-feira (4), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), revela um plano dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que visava prendê-lo e acabar com a vida dele. “Eu deveria ser preso e enforcado na Praça dos Três Poderes”, diz, ao descrever os planos descobertos em um dos inquéritos conduzidos por ele relacionados ao movimento que resultou na invasão das sedes dos Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), em Brasília.

“Eram três planos. O primeiro previa que as Forças Especiais (do Exército) me prenderiam em um domingo e me levariam para Goiânia. No segundo, se livrariam do corpo no meio do caminho para Goiânia. Aí, não seria propriamente uma prisão, mas um homicídio. E o terceiro, de uns mais exaltados, defendia que, após o golpe, eu deveria ser preso e enforcado na Praça dos Três Poderes. Para sentir o nível de agressividade e ódio dessas pessoas, que não sabem diferenciar a pessoa física da instituição”, revelou Alexandre de Moraes.

Ele contou que houve uma tentativa de levar a diante o planejamento com a participação de agentes do governo. “Inclusive, e há outro inquérito que investiga isso, com participação da Abin, que monitorava os meus passos para quando houvesse necessidade de realizar essa prisão. Tirando um exagero ou outro, era algo que eu já esperava. Não poderia esperar de golpistas criminosos que não tivessem pretendendo algo nesse sentido. Mantive a tranquilidade. Tenho muito processo para perder tempo com isso. E nada disso ocorreu, então está tudo bem”, acrescentou.

Moraes estava em Brasília no momento dos ataques e mantém, segundo ele, a mesma estrutura de segurança desde 2014. Revelou que os ataques contra ele continuam, inclusive com ameaças de ataques contra as filhas. Neste momento, ele classifica os ataques de misóginos e covardes. “Esses golpistas são extremamente corajosos virtualmente e muito covardes pessoalmente”, disse.

Na entrevista, Moraes também considera que tomou três decisões essenciais: “as prisões do então secretário (Anderson Torres) e do comandante geral da Polícia Militar (Fábio Augusto Vieira), para evitar efeito dominó em outros estados. Eu me certifiquei que as demais polícias militares estavam tranquilas, mas não podíamos arriscar. Ao mesmo tempo, o afastamento do governador (Ibaneis Rocha), para evitar que pudesse ocorrer algo extremista em outros estados, eventualmente outro governador apoiar movimento golpista. E a determinação de prisão em flagrante imediata de quem permanecesse em frente a quartéis pedindo golpe”.

Quer receber todas as notícias do blog através do WhatsApp? Clique no link abaixo e cadastre-se: https://abre.ai/suetoni

Palavras Chave