Executivo
Aguinaldo ou Efraim? Poliamor “proposto” pelo Republicanos na chapa de João Azevêdo é pouco comum
13/06/2022 15:17
Suetoni Souto Maior
Efraim e Aguialdo disputam apoios dos deputados do Republicanos. Foto: Reprodução

“João amava Teresa que amava Raimundo, que amava Maria…”, diz a poesia de Carlos Drummond de Andrade que pego emprestada para falar do atual cenário na política paraibana. A ironia, sem se aprofundar nos méritos, tem a ver com a relação aberta que algumas das principais lideranças do Estado têm trabalhado para as eleições deste ano. O caso mais notório é o do Republicanos. O partido comandado no Estado pelo deputado federal Hugo Motta deve ir dividido para as eleições deste ano. Apesar de todos anunciarem voto para a reeleição do governador João Azevêdo (PSB), a escolha do senador é uma incógnita.

Motta, em entrevista à rádio Arapuan, nesta segunda-feira (13), deixou claro que a sigla mantém o apoio ao deputado federal Efraim Filho (União Brasil), que disputará a vaga aberta para o Senado. Outras lideranças do partido, como o deputado federal Wilson Santiago, não negam a possibilidade de voto no também deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP), outro virtual postulante à Casa Alta. A mão do governador deve pesar nesta discussão, porém, nos bastidores, já não se cobra como antes a unidade em torno de uma candidatura única para o Senado.

A relação visando as eleições, no entanto, tende a não ser das mais tranquilas. O governador já deu declarações de que vai cobrar o voto fechado na chapa, porém, isso não será imposto. Haveria dificuldades, por exemplo, de exigência em relação a nomes como o presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino, e o próprio Hugo Motta. Os dois são aliados de Azevêdo há longos anos, mas possuem um nível considerável de autonomia. Em relação a Wilson, o fato de existir boas chances de o deputado estadual Wilson Filho figurar entre os favoritos à vaga de vice na chapa faz com que o alinhamento seja mais fácil.

Alguns contratempos nesta relação aberta serão vistos quando a campanha estiver na rua de verdade. Efraim formará a chapa com o deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB), virtual candidato ao governo. Ele tem cumprido o compromisso de não pedir votos para Pedro nos municípios em que os parlamentares/eleitores de João forem majoritários, mas essa é uma equação difícil de ser posta em prática. Se os dois vão percorrer o Estado juntos, logicamente essa promessa não poderá ser mantida. E isso deve gerar dificuldades a curto prazo.

Aguinaldo Ribeiro ficou de anunciar formalmente a pré-candidatura dele ao Senado na próxima quarta-feira (15). Todas as lideranças políticas, de todos os partidos da base, estão sendo convidadas. A presença no evento será um indicativo muito forte de caminhada conjunta. Mas é possível que outros se agreguem ao projeto em um segundo momento. A equação não é simples, também, entre os militantes do PP que estiveram historicamente na oposição a João Azevêdo. Vários deles, porém, já ensaiam uma adesão formal à reeleição do governador. Os próximos dias serão essenciais para o desenho final desta coligação.

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