O advogado Sheyner Asfóra não responde mais pela defesa do padre Egídio de Carvalho Neto. A decisão foi comunicada por ele nesta terça-feira (21), quatro dias depois da prisão do religioso. O jurista alegou “incompatibilidade de estilo” em relação à atuação de outros defensores contratados pelo padre.
Egídio foi preso na última sexta-feira (17) pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba. A determinação foi do desembargador Ricardo Vital de Almeida, do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB). O religioso é acusado de ter conduzido ao longo de 10 anos um esquema de desvios de dinheiro de doações do Hospital Padre Zé e da Ação Social Arquidiocesana (ASA). As duas instituições eram comandadas por ele até bem pouco tempo e têm o fim de prestar assistências a pessoas de baixa renda. A estimativa é que o prejuízo gira em torno de R$ 140 milhões.
A decisão de Asfóra ocorre, também, um dia depois de a defesa do religioso ter protocolado na Justiça pedido para a conversão da preventiva em prisão domiciliar. A alegação é a de que o padre é portador de várias doenças graves, como diabetes, hipertensão e depressão em grau máximo. Além disso, o religioso é soropositivo, ou seja, portador do vírus HIV. Além disso, os defensores alegaram que o religioso tem uma mãe com 92 anos.
As investigações mostraram que o Padre Egídio vivia uma vida de luxo, com muitos imóveis de alto padrão em nome dele e movimentação bancária incompatível com as funções exercidas. Só no ano passado, de acordo com levantamento do Gaeco, as contas pessoais do religioso teriam movimentado mais de R$ 4,5 milhões. Isso representaria uma renda mensal de quase R$ 141 mil. Só que a remuneração mensal dele, oficialmente, era de R$ 19,8 mil, o que representaria um ganho anual não superior a R$ 238 mil.
Sobre o luxo, de acordo com as investigações, os gastos eram gigantes. Só em um antiquário visitado pelo padre, ele gastou R$ 358 mil na compra de obras de arte, artes sacras, cristais, eletrodomésticos, equipamentos domésticos, peças de vestuários e acessórios no geral. Só com vinho, no ano passado, ele teria gasto R$ 109 mil. Isso representa quase a metade do que ele ganhou no ano passado.
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