Executivo
Adesão de Aldemir a João mostra que ‘tomar’ lideranças adversárias é o Woodstock da política paraibana
01/12/2025 08:01

Suetoni Souto Maior

Aguinaldo Ribeiro, João Azevêdo e José Aldemir durante anúncio de apoio político. Foto: Divulgação

O ex-deputado federal Gilvan Freire costumava brincar com as frases que falam de traição. Nas rodas políticas, ele saía sempre com a máxima de que na ‘política só os adversários não traem jamais’ e que ‘política é a arte de unir adversários e separar irmãos’. As duas servem para descrever o principal acontecimento político deste fim de semana: a adesão do ex-prefeito de Cajazeiras, José Aldemir (PP), ao governador João Azevêdo (PSB). A surpresa não decorre de o ex-gestor ter abandonado o apoio ao senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), mas das promessas de que nunca se alinharia com o chefe do Executivo Estadual.

Veneziano até esperneou, criticou a postura do agora ex-aliado, que leva também a prefeita Corrinha Delfino (PP) para o apoio a João, mas as queixas não têm razão de ser. Até porque, no perde e ganha, em movimentos políticos anteriores, a base governista perdeu o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (MDB), para a oposição. Em ato contínuo, manteve o presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino (Republicanos), e trabalha para fortalecer a chapa que deve dar apoio ao vice-governador Lucas Ribeiro (PP) para a disputa do governo.

As tratativas, em geral, estão sendo conduzidas pelo deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP), que é tio de Lucas e conhecido pela capacidade de articulação. A tendência, agora, é também o apoio da deputada estadual doutora Paula (PP), mulher de Aldemir e que também rejeitava o voto em João. Vale ressaltar que o movimento em torno do fortalecimento de Lucas, João Azevêdo e do prefeito de Patos, Nabor Wanderley (Republicanos), será uma constante de agora por diante, embalado pelo poder da caneta da base governista.

Restará ao grupo oposicionista, em sentido contrário, buscar o fortalecimento interno com a depuração das alianças. A tendência é que Pedro Cunha Lima (PSD) retire a pré-candidatura e abrace a candidatura de Cícero Lucena. Este movimento já teve passos dados nas últimas semanas, depois da filiação do gestor pessoense ao MDB. Ao senador Efraim Filho (União) resta um espaço mais restrito para crescimento, por causa da aliança com o bolsonarismo num estado de maioria lulista. Mesmo assim, ele deve compor com PL e Novo.

O fato é que até as convenções, no ano que vem, teremos um verdadeiro Woodstock da tomada de lideranças por adversários.

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