O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) anunciou nesta quinta-feira (4) a suspensão da pré-candidatura a Presidente da República. O motivo foi o peso do partido dele na votação que aprovou a PEC dos Precatórios. A Proposta de Emenda à Constituição aprovada na Câmara dos Deputados abrirá folga de R$ 90 bilhões no orçamento de 2022, o suficiente para complementar o programa Auxílio Brasil. O problema é que a votação contou com participação marcante de deputados pedetistas. Coube a eles, mesmo com orientação contrária da sigla, viabilizar os votos necessários para a aprovação.
O mapeamento mostra que da semana passada para cá 21 deputados mudaram de lado. Eles saíram do grupo que votariam contra a matéria, mas foram convencidos a mudar de barco. A maioria deles era justamente do partido de Ciro. O parlamentar disse que será travado um debate no partido e ameaça não sair mais candidato. Isso lembra o ano de 2018, quando ele não foi para o segundo turno e viajou para Paris, na França. Ciro não apoiou Fernando Haddad (PT) no segundo turno. O ato contínuo disso todo mundo sabe, que foi a eleição de Bolsonaro.
Na madrugada desta quinta-feira (4), por isso, a PEC foi aprovada em primeiro turno por 312 votos, ou seja, apenas 4 votos a mais que o mínimo necessário. Da semana passada houve uma forte pressão do governo e de Lira sobre deputados dissidentes, em negociações que tiveram como principal mote as bilionárias verbas das emendas orçamentárias, cuja liberação passa pelo crivo do presidente da Câmara.
Com isso, 82 parlamentares de diversos partidos que na semana passada haviam ou se ausentado ou votado contra a PEC, dessa vez cravaram apoio à medida na madrugada desta quinta (4). As baixas contra o governo —ou seja, de deputados que apoiaram o texto na semana passada e nesta quinta (4) ou não apareceram ou votaram contra— ficou em número bem menor, 19.
A proposta aprovada em primeiro turno libera R$ 90 bilhões para Jair Bolsonaro gastar em ano eleitoral e é a principal alavanca para o Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família.
Do contingente de parlamentares que mudaram de posição no espaço de uma semana e passaram a apoiar a proposta do governo, os maiores destaques ficaram para o oposicionista PDT e para o PL, que ao lado do PP lidera o centrão, o bloco de apoio a Jair Bolsonaro na Câmara.
O partido de Ciro Gomes deu 10 novos votos a favor da PEC, o que inclui oito deputados que trocaram o voto. Eram contra na semana passada e, nesta, passaram a ser a favor. Se ciro se voltasse par dentro do partido, ia aprender que ele mesmo deveria ter conversado com a bancada.
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