Executivo
Sem controlar preço dos combustíveis, novo ministro de Bolsonaro anuncia estudos para privatizar a Petrobras
11/05/2022 21:04
Suetoni Souto Maior
Combustíveis devem ter os preços reajustados por causa do fim da desoneração. Foto: Fernando Frazão/ABr

O presidente Jair Bolsonaro (PL) encontrou o caminho para não ser mais responsabilizado pelos seguidos aumentos no preço dos combustíveis: privatizar a Petrobras. A pretensão foi apresentada nesta quarta-feira (11) pelo novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida. O auxiliar do governo anunciou a medida durante entrevista coletiva, a primeira à frente da pasta. Ele pedirá estudos ao governo sobre a eventual privatização da empresa e da Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA) – estatal responsável por gerir os contratos da União no pré-sal.

A decisão ocorre após aumento de quase 100% no preço do diesel, da gasolina, gás natural e gás de cozinha. Neste período, houve duas trocas no comando da Petrobras e agora do Ministério das Minas e Energia, com a demissão do ministro Bento Albuquerque. O ministro empossado nesta quarta disse que todo o teor do pronunciamento tinha “o aval e o apoio de 100%” do presidente Jair Bolsonaro. Ele não comentou a política de preços da Petrobras e não citou textualmente as altas recentes no preço dos combustíveis. Também não respondeu a perguntas dos jornalistas.

“Meu primeiro ato como ministro será solicitar ao ministro [da Economia] Paulo Guedes, presidente do Conselho do PPI [Programa de Parcerias de Investimentos], que leve ao conselho a inclusão da PPSA no PND [Programa Nacional de Desestatização] para avaliar as alternativas para sua desestatização”, disse Sachsida. A última alta dos combustíveis ocorreu nesta quarta-feira, com novo repasse em relação ao diesel.

“Ainda como parte do meu primeiro ato, solicito também o início dos estudos tendentes à proposição das alterações legislativas necessárias à desestatização da Petrobras”, completou.
A privatização da Petrobras e da PPSA é um desejo antigo do ministro da Economia, Paulo Guedes, antigo chefe de Sachsida. Porém, encontrava oposição na gestão do ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, demitido nesta quarta.

No ano passado, por exemplo, Guedes defendeu que a Petrobras e o Banco do Brasil entrassem na “fila” de privatizações para os próximos anos.

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