O União Brasil sepultou, de vez, as pretensões eleitorais do ex-ministro Sérgio Moro. O partido lançou o nome do presidente da sigla, Luciano Bivar (PE), para a disputa da Presidência da República neste ano. O movimento põe por terra a já desacreditada pré-candidatura do ex-juiz da Lava Jato, que não emplacava mais do que traços nas pesquisas eleitorais. A opção por Bivar, um nome ainda mais obscuro quando o assunto é avaliação popular, o partido deixa clara a ideia de não contrariar os caciques políticos da agremiação, incomodados com uma possível candidatura de Moro.
A decisão foi tomada durante reunião da Executiva Nacional do partido. Bivar sai do ostracismo com a mesma proposta eleitoral de 2006, quando teve pouco mais de 60 mil votos na eleição para presidente. Naquela época, o dirigente tinha como bandeira o imposto único. Ele ficou em oitavo lugar naquele pleito, abaixo até de José Maria Eymael (PSDC). Em relação a este ano, a decisão tem caráter provisório e precisa ser chancelada durante convenção do partido para que Bivar seja candidato nas eleições de outubro. Conforme define a Justiça Eleitoral, as convenções partidárias devem acontecer entre 20 de julho e 5 de agosto.
A princípio, União Brasil, MDB, PSDB e Cidadania pretendem lançar um candidato de consenso no dia 18 de maio. Bivar seria a indicação do União Brasil para o grupo. O movimento isola Sérgio Moro na sua pretensão de disputar as eleições para a Presidência da República pelo partido. Ele deixou o Podemos para se filiar ao União Brasil no início do mês. A presidente nacional do antigo partido, Renata Abreu, ironizou o ex-juiz ao comentar a sua mudança de sigla. De acordo com ela, Moro foi ingênuo nas suas pretensões.
No novo partido, o incômodo gerado inicialmente foi porque o ex-ministro de Bolsonaro chegou à sigla com a promessa de que disputaria uma vaga para a Câmara dos Deputados. Não demorou muito para que ele alardeasse que não havia desistido da disputa pela Presidência. A escolha de Bivar para a disputa, portanto, pôs por terra esse projeto. “A partir de agora, conforme combinado previamente, o União Brasil se reunirá com os demais partidos que compartilham os mesmos ideais e projetos em busca de um nome de consenso”, escreveu o partido em nota.
A tendência, no entanto, é que nem Bivar aceite ir para o sacrifício. Aguardemos.
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