Executivo
Republicanos e governador usarão ‘fogueira’ de São João para baixar temperatura, mas definição ficará para depois
23/06/2022 10:45
Suetoni Souto Maior
Nabor Wanderley, João Azevêdo e Hugo Motta estarão lado a lado no São João de Patos. Foto: Divulgação

O governador João Azevêdo (PSB) vai a Patos, nesta sexta-feira (24), a convite do prefeito Nabor Wanderley (Republicanos). A fogueira de São João, no município sertanejo, é visto por aliados como oportunidade para baixar a temperatura na base governista. O partido comandado pelo deputado federal Hugo Motta no Estado está com a reserva do espaço de vice na chapa de João entalada na garganta. O cargo vai acomodar um nome do PP, segundo anúncio feito pelo gestor na semana passada, ao lado do deputado federal Aguinaldo Ribeiro, antes visto como favorito para a disputa do Senado.

Ao governador, segundo aliados, Motta vai dizer que a maioria das lideranças do partido quer ficar ao lado dele para a disputa das eleições, mas que esta não é a única opção. Existe hoje uma relação simbiótica de algumas lideranças da agremiação com João Azevêdo. É, principalmente, os casos dos deputados estaduais Wilson Filho e Raniery Paulino, respectivamente, líder e vice-líder do governo na Assembleia. O presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino, também está com o governador desde antes do início da atual gestão, já que ambos integravam o grupo de apoio ao ex-governador Ricardo Coutinho.

Acontece que apesar disso, o grupo ficou descontente com os espaços conquistados pelo PP, recém agregado à base governista. Uma das lideranças ouvidas pelo blog fez questão de dizer que é falsa a premissa de que o Republicanos não tem para onde ir. “Nós temos opções, sim, apesar de termos a preferência por nos mantermos onde estamos”, ressaltou, alegando que a conversa desta sexta-feira servirá para pavimentar um diálogo conclusivo, que deve ocorrer na semana que vem e que deve girar em torno dos espaços que serão ocupados pelo grupo. “Soubemos da indicação do vice pela imprensa. Queremos ouvir de João”, disse.

Para a conversa com o governador, o Republicanos deve colocar na mesa que as principais lideranças do grupo não teriam dificuldades para caminhar com as próprias pernas nas eleições. Essa é a situação dos deputados Hugo Motta e Wilson Santiago, além de Galdino, que também trabalha pela eleição do irmão, Murilo Galdino. Mas se o ponto forte do partido é a limitada dependência do esquema do governador, o ‘calcanhar de aquiles’ é o apoio prometido ao deputado federal Efraim Filho (União Brasil), que disputará o Senado na chapa encabeçada pelo também deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB).

Enquanto o PP fez um movimento que tende a levar todas as lideranças (algumas antes refratárias) para a base de João Azevêdo, o Republicanos enfrenta a contradição de apoio a duas chapas majoritárias. E esse é um entrave que dificulta a busca por um entendimento. A promessa, no entanto, é que de agora até a semana que vem, todos estes espinhos sejam removidos do caminho e colocados na mesa. Os dois lados terão que discutir profundamente a relação para que se construa um consenso. A preço de hoje, a bolsa de apostas aponta para o rompimento. A conferir.

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