Executivo
Queiroga rejeita novamente laudo que atesta inutilidade do ‘kit covid’ e pede novos estudos
15/04/2022 10:18
Suetoni Souto Maior
Cloroquina era prescrita por médicos no "kit covid". Foto: Diego Vara/ABr

Lembra o entendimento do Ministério da Saúde de que as vacinas contra a Covid-19 não têm efetividade e nem seguraça, mas que a cloroquina tem? Pois é, ele continua ativo no órgão. Quatro meses depois de a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias ao Sistema Único de Saúde (Conitec) aprovar e ter rejeitado relatório que contraindica o uso do chamado “kit Covid” na rede pública de saúde, o ministro paraibano Marcelo Queiroga (Saúde) decidiu pedir mudanças no texto. O composto de medicamentos inclui a hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina, todos comprovadamente ineficazes para o atratamento.

O ministro, como saída, vai indicar a necessidade de reformulação da parte que fala sobre tratamento inicial de pacientes sob argumento de que o trecho “perdeu objeto”, já que surgiram novos medicamentos para combater a doença. Na avaliação de Queiroga, é preciso incluir no rol de medicamentos abordados no protocolo remédios como o baricitinibe, incorporado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na semana passada. O ministro, porém, mantem outros trechos do documento, acolhendo em parte o recurso dos médicos que elaboraram as diretrizes.

A questão chegou à mesa de Queiroga depois que o então secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos (Sctie), Hélio Angotti, rejeitou o documento “Diretrizes Brasileiras para o Tratamento Medicamentoso Ambulatorial e Hospitalar do Paciente com Covid-19”, aprovado pela Conitec em dezembro. Em nota técnica para sustentar sua decisão de rejeitar o protocolo, divulgada em janeiro, Angotti argumentou que vacinas contra a Covid-19 não tinham efetividade nem segurança demonstradas, mas que a hidroxicloroquina sim.

A afirmação contraria estudos sobre o tema e a posição da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Após a ampla repercussão negativa, Angotti recuou e suprimiu de seu documento a tabela que estabelecia a comparação.

Com informações de O Globo

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