O grupo autointitulado “triunvitato” escolheu o comunicador Nilvan Ferreira para a disputa das eleições do ano que vem. Lá estavam os três nomes do PL mais votados na capital nas eleições do ano passado: o próprio Nilvan e os deputados Cabo Gilberto (federal) e Wallber Virgolino (estadual). No papel, o sonho deles de chegar ao segundo turno é bem factível, mas na prática, a coisa não é tão simples. Isso porque os três saem para a nova empreitada erodindo a já frágil união da direita bolsonarista na capital do Estado, sem a certeza de ter o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Isso acontece porque o partido, na capital, já definiu o nome do ex-ministro Marcelo Queiroga para a disputa. A postulação foi anunciada pelo presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto, com a anuência de Bolsonaro. Dentro desta costura é inegável imaginar que esse apoio sirva para atrair os votos da parcela mais fiel da base de apoio ao ex-presidente. E isso, em se tratando de João Pessoa, não é pouca coisa. Basta dizer que em 2022 ele recebeu 228.326 votos, apenas 925 a menos que o presidente Lula (PT), que saiu vitorioso das urnas.
O plano do “triunvirato” é simples: Nilvan sai do PL em busca de um partido para a disputa das eleições do ano que vem, já que a sigla já optou por Queiroga. Em um passo seguinte, sairão Gilberto e Wallber, também preteridos pela agremiação. O cálculo deles é o de que com a saída, levarão também o espólio eleitoral que imaginam ter. O problema nesta conta é que não é fácil saber o quanto de votos eles têm de fato, já que não é absurdo imaginar que muitos destes eleitores ficarão com o candidato indicado por Bolsonaro para as eleições do ano que vem.
A história mostrou que todos os bolsonaristas que buscaram alçar voos próprios se deram mal e descobriram depois que o espólio deles, na verdade, pertencia ao ex-presidente. Exemplos como os dos ex-deputados federais Julian Lemos (PB) e Joice Hasselmann (SP) mostram isso. Vai surgir, diante disso, quem diga que os três não vão deixar a base de apoio a Jair Bolsonaro, o que apenas minimiza o impacto negativo. É possível imaginar que na melhor das hipóteses os votos serão divididos, o que pode dificultar uma eventual chegada ao segundo turno.
Tudo vai depender do grau de empenho de Jair Bolsonaro no pleito eleitoral da capital paraibana. Fácil de imaginar é que ele tome partido claro por Queiroga, mas não impeça Nilvan de se apresentar como bolsonarista. Essa foi a estratégia adotada por João Azevêdo (PSB) no ano passado em relação ao Lula. O presidente optou pelo apoio a Veneziano Vital do Rêgo (MDB), mas sem escantear o governador na sua tentativa de reeleição. No segundo turno, Lula e João foram para o mesmo palanque. A estratégia de Nilvan de poupar Queiroga já foi posta em campo. Difícil é imaginar até quando.
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