Vivemos atualmente momento pior que os encarados por nossos pais e avós em meio à guerras. Até por que, no caso deles, as mortes não aconteceram de forma tão feroz em casa ou na vizinhança. Elas ocorreram em terras distantes. Desde o início da pandemia, só na Paraíba, foram quase 5 mil almas ceifadas – 4.992 mortes para ser mais exato. Todos vítimas da pandemia do novo Coronavírus. E tem gente ainda saindo às ruas para cobrar a abertura de tudo.
O quadro é assolador e tem trazido na sua esteira um desalento difícil de ser vivido. Se antes ouvíamos falar da morte dos mais velhos, agora são nossos amigos e uma hora dessas poderá ser eu ou você. Já foram 239.594 pessoas contaminadas no Estado. Mas tem gente que pega estes números para dizer que a maioria dessas pessoas se recuperou. É loucura ou terraplanismo, como disse o juiz Alex Muniz, de Campina Grande, em relação à Prefeitura local.
Nas últimas 24 horas, foram confirmadas 59 mortes pela Secretaria Estadual de Saúde (SES). E quem vai pagar por isso? Como os negacionistas vão se portar quando morrem pais, mães e filhos deles? A coisa é mais grave quando a liderança de um movimento destes vem de um deputado estadual, como é o caso do Cabo Gilberto (PSL), que comandou um ato de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e à negação da gravidade da pandemia. A fatura vai chegar.
O médico e cientista Miguel Nicolelis prevê que a coisa vai piorar ainda mais nas próximas semanas. Ele acertou há 15 dias quando previu o caos em que estaríamos mergulhados agora. A Paraíba contabiliza, ao todo, 83% de ocupação dos seus leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). A Região Metropolitana está com 93% das unidades ocupadas. Isso demanda um trabalho monstro da regulação para tentar salvar vidas.
O caos já está estabelecido. E repito, alguém terá que pagar por tudo isso.