O diretor do Hospital Padre Zé, o padre George Batista, anda preocupado com as contas da instituição de saúde. Ele diz que, como era de se esperar, as receitas da unidade caíram profundamente desde que ganharam repercussão as informações de supostos desvios de recursos de doação no hospital filantrópico. De acordo com investigações do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba (MPPB), o esquema teria desviado algo em torno de R$ 140 milhões da unidade de saúde e da Ação Social Arquidiocesana (ASA).
As duas instituições voltadas para a assistência aos mais pobres eram administradas pelo padre Egídio Carvalho Neto, preso há pouco mais de dez dias. O religioso é acusado de possuir, em seu nome, quase 30 imóveis na Paraíba, em Pernambuco e em São Paulo e vivia uma vida de pessoa rica. O esquema estaria ocorrendo desde 2013 e foi descoberto após o desaparecimento de celulares doados pela Receita Federal ao Padre Zé. A consequência dessa “fuga de doações”, segundo o Padre George, é que a capacidade de atendimento do hospital ficou extremamente debilitada.
Ele contou que assumiu o hospital com apenas 40 leitos ativos. Com o trabalho realizado, esse número mais que dobrou e a meta é ampliá-lo, porém, falta dinheiro para o pagamento de insumos e a enfermeiros e médicos. Alguns empresários estão colaborando para evitar o colapso na instituição. O religioso esteve na Câmara de João Pessoa nesta terça-feira (28), onde tem buscado apoio dos vereadores para elevar as doações ao hospital através de emendas impositivas. As doações de particulares, segundo ele, caíram drasticamente por causa da falta de confiança gerada pela gestão anterior.
O trabalho agora tem sido o de convencimento, para evitar que o hospital feche as portas.
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