O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu na tarde desta terça-feira (4) o apoio do ex-ministro Ciro Gomes (PDT) para o segundo turno. A decisão do pedetista ocorreu após reunião do partido e segue o que era esperado pelos petistas. A adesão, no entanto, não veio sem críticas ao afunilamento da política nacional. “Frente às circunstâncias, é a última saída”, disse. Ciro afirmou lamentar que a “trilha democrática tenha afunilado a tal ponto que resta aos brasileiros uma opção, a meu ver, insatisfatória.” O partido indicou três propostas para serem assimiladas pelo programa de governo petista.
A postura adotada pelo pedetista neste pleito, vale lembrar, foi divergente do ocorrido há quatro anos, quando ficou em terceiro lugar na disputa eleitoral. Na época, no confronto entre Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PL), ele se absteve de se posicionar e viajou para Paris, na França. A posição, então, foi muito criticada e talvez tenha contribuído para desidratar o capital político do ex-ministro. “Ao povo brasileiro me dirijo: fiquem certos que, como sempre fiz, vou fiscalizar, acompanhar e denunciar qualquer desvio do governo que assumirá em janeiro”, disse.
Os petistas, agora, trabalham para a natural atração de Simone Tebet (MDB), que ficou em terceiro lugar na corrida eleitoral, uma à frente de Ciro. A emedebista já disse que tomou a decisão dela, mesmo sem anunciá-la. A expectativa é a de que ela abrace a candidatura de Lula. A senadora espera agora uma posição do partido e das siglas que deram sustentação à candidatura dela no pleito deste ano. São eles, além do MDB, o PSDB e o Cidadania. Este último, vale ressaltar, já tem a indicação do presidente nacional do partido, Roberto Freire. Lula recebeu 57,2 milhões de votos (48,4%) no primeiro turno, e Bolsonaro, 51,07 milhões (43,2%).
Pelo lado de Jair Bolsonaro, ele tem investido em palanques regionais importantes. Recebeu o apoio do governador Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, e Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro. Ambos foram reeleitos no pleito deste ano e, durante o primeiro turno, evitaram fazer campanha para Bolsonaro. Agora, ambos manifestam o desejo de ajudar o capitão reformado do Exército na busca por votos. Dos dois, Zema foi o mais crítico a Lula, alegando um passado de desmandos do PT no governo de Minas.
Além dos dois governadores, o senador eleito pelo Paraná, Sérgio Moro (União Brasil), anunciou apoio a Bolsonaro. Ele foi um dos primeiro ministros escolhidos pelo presidente no início do mandato, mas rompeu com o presidente em meio a denúncias de interferência do mandatário da Polícia Federal. O segundo turno das eleições vai acontecer no dia 30 deste mês.
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