O deputado federal Julian Lemos (União Brasil) tem gerado frisson na imprensa paraibana e nacionalmente desde que revelou a intenção de escrever um livro contando tudo o que viu e registrou a respeito da caminhada do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) do baixo clero, na Câmara dos Deputados, ao Planalto. Ele diz ter documentos e registros fotográficos com fatos capazes de causar muitas ‘saias justas’ para o ex-gestor. Haverá, também, um capítulo dedicado a Gustavo Bebianno, advogado com quem partilhou muitas experiências e cujo celular, desaparecido, teria fatos gravíssimos contra Bolsonaro e os filhos.
Bebianno foi ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, no início do governo Bolsonaro e, assim como Lemos, foi fritado pelos filhos do ex-presidente. Ele faleceu em 2020, vítima de um infarto, e teria deixado um celular contendo informações comprometedoras contra o ex-mandatário. Durante a campanha de 2022, o deputado André Janones (Avante-MG) chegou a ameaçar divulgar detalhes que estariam no celular. Ele alegou, naquele momento, que tinha vários dos registros e prometeu divulgá-los, o que não aconteceu. Bolsonaro acabou sendo derrotado pelo presidente Lula (PT) e deixou o país.
Julian Lemos assegura ter muitas informações também. “Sei narrar muito do que tinha naquele celular”, garante Lemos. Assim como Bebianno, o deputado participou da campanha de Bolsonaro desde quando ele era considerado um azarão sem chances de ganhar. E também assim como o ex-ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, o parlamentar foi fritado primeiro pelos filhos do presidente (Carlos, Flávio e Eduardo Bolsonaro) e depois pelo mandatário. Diferente do colega, que morreu depois de ser escanteado, Lemos diz que se contentava em se trancar numa sala e “dar uma pisa nos três filhos” de Bolsonaro.
Ao falar do que foi a gestão de Bolsonaro, Lemos diz que a formação do governo, após a vitória de 2018, foi um cabaré. “Não havia qualquer ordem ou critério para a escolha dos ministros. Para quem conhece bem João Pessoa, o deputado compara as discussões na transição com a castração dos porcos na feira de Oitizeiro. “Se alguém chegasse e dissesse: ‘bota fulano em tal pasta’! Era capaz de ele entrar, sem qualificação nenhuma. Eu mesmo, que Deus me perdoe, indiquei Damares Alves para a Secretaria da Mulher e o ministro do Turismo (Gilson Machado)”, recorda o deputado.
Julian Lemos deve confiar a autoria do livro à jornalista Thais Oyama, a mesma que escreveu o livro Tormenta, de 2000, também sobre os desmandos do governo Bolsonaro. O deputado é o mesmo que recentemente revelou episódios de suposta agressão de Jair Bolsonaro contra a ex-primeira-dama, Michelle.
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