Judiciário
Indicado por Bolsonaro para o Supremo, André Mendonça rebate críticas por voto pela condenação de Daniel Silveira
21/04/2022 13:40
Suetoni Souto Maior
André Mendonça se posicionou contra prisão de Anderson Torres. Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr

O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), “rivalizou” com Alexandre Moraes na “disputa informal” de ministro mais criticado pelos bolsonaristas nesta quarta-feira (20). Indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para o cargo, com alcunha de “terrivelmente evangélico”, Mendonça foi severamente criticado por deputados e apoiadores do presidente por voto a favor da condenação do deputado bolsonarista Daniel Silveira (PTB-RJ). O parlamentar foi condenado a 8 anos e 9 meses de prisão, perda do mandato eletivo e dos direitos políticos.

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Apesar do voto mais ameno em relação aos outros nove colegas que votaram pela condenação, seguindo o relator, Alexandre de Moraes, Mendonça não foi poupado. Ele votou pela condenação a 2 anos e 4 meses de prisão, inicialmente em regime aberto. Mas não adiantou. “Quem diria que Kassio Nunes acertaria e André Mendonça erraria tanto”, disse a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Já o deputado bolsonarista Carlos Jordy (PL-RJ) se disse “Terrivelmente decepcionante!”, uma ironia à promessa de Bolsonaro de escolher um ministro “terrivelmente evangélico”.

Menos criativo, o pastor evangélico e deputado federal Marcos Feliciano (PL-SP) demonstro frustração: “Estou terrivelmente desapontado”. O pastor Silas Malafaia, também próximo ao presidente Jair Bolsonaro, escreveu em uma rede social nesta quinta que está “terrivelmente decepcionado com o ministro André Mendonça”, que ele se rendeu “ao ditador da toga” e “envergonha o povo evangélico”.

Demonstrando contrariedade com a situação, Mendonça usou as redes sociais para se manifestar. No julgamento, nesta quarta-feira (21), ele chegou a ser parabenizado pelo ministro Dias Toffoli por ter resistido “à pressão” bolsonarista. “Diante das várias manifestações sobre o meu voto ontem, sinto-me no dever de esclarecer que: [a] como cristão, não creio tenha sido chamado para endossar comportamentos que incitam atos de violência contra pessoas determinadas; e [b] como jurista, a avalizar graves ameaças físicas contra quem quer que seja.”

Em resposta às criticas de aliados do presidente Jair Bolsonaro, o ministro André Mendonça escreveu em uma rede social:

Ele completou, dizendo ser preciso separar o bem do mal. “Há formas e formas de se fazerem as coisas. E é preciso se separar o joio do trigo, sob pena de o trigo pagar pelo joio. Mesmo podendo não ser compreendido, tenho convicção de que fiz o correto.”

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