Executivo
Indefinição sobre partido de Bolsonaro retarda definição de candidaturas da oposição na Paraíba
16/11/2021 08:22

Suetoni Souto Maior

Marcelo Queiroga (D) ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Divulgação

Alguns dos nomes colocados para a disputa das eleições, neste ano, tinham um sentimento: o de que o dia 22 de novembro serviria de start para a movimentação deles na Paraíba. A data era a escolhida pelo presidente Jair Bolsonaro para a filiação ao PL, do versátil em termos políticos Valdemar da Costa Neto. O adiamento da definição do gestor coloca na caixa das almas, ao menos por enquanto, o trabalho de definição de uma ou mais candidaturas para fazer frente ao governador João Azevêdo (Cidadania) no pleito do ano que vem, quando o gestor tentará a reeleição. Isso porque a definição nacional terá influência no Estado.

A desistência do ex-prefeito Romero Rodrigues (PSD), mesmo que ainda não oficial, criou instabilidade para o bloco oposicionista. Ele era o favorito de Bolsonaro para a disputa na Paraíba, mesmo assim, fraquejou na caminhada para a corrida eleitoral. O ex-gestor agora faz virtual caminho de aproximação com João Azevêdo. A concretização deste entendimento coloca o bloco oposicionista num mato sem cachorro. Eles terão que reiniciar a procura por alguém capaz de liderar o bloco e não há nomes que se apresentem de forma natural.

Algumas lideranças ouvidas pelo blog, vale ressaltar, veem a demora de Bolsonaro para escolher o destino como o principal dificultador para uma rápida definição do candidato. A partir do momento que ele vencer a desconfiança com o PL ou migrar para outra sigla, o caminho será restabelecido. Isso porque se terá real dimensão, na Paraíba, de quem efetivamente estará com o capitão reformado do Exército nas eleições do ano que vem. O partido a ser escolhido por ele será o destino de grande parte das lideranças simpáticas à pauta conservadora ou mesmo esperançosas em, talvez, reeditar a onda de 2018.

As opções a Romero na oposição incluem o deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB), o ministro Marcelo Queiroga (Saúde) e até mesmo o comunicador Nilvan Ferreira (PTB). Destes, o nome de Pedro ganha mais força em um grupo que inclui o prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (PSD), mesmo sendo hoje mais próximo a Romero. Tudo vai depender da construção que seja traçada. Agora, poucas peças serão mudadas até que Bolsonaro defina o destino nas eleições do ano que vem. Além do PL, o PP chegou a ser cogitado como opção de filiação.

O empecilho com o PL diz respeito aos arranjos locais do partido. A sigla se comprometeu com o apoio ao sucessor do governador João Dória (PSDB), em São Paulo. Em Pernambuco, o partido tem aliança alinhavada e sólida com o PSB do governador Paulo Câmara. Essas composições têm chateado Bolsonaro, que quer o partido totalmente alinhado com ele. A tradição mostra que essa realidade nos partidos do centro é dificilmente conseguida, principalmente dentro de uma construção na qual Bolsonaro não figura como o líder das pesquisas para as eleições do ano que vem.

Em compasso de espera, João segue sem ser incomodado rumo à disputa pela reeleição…

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