Durante a Revolução Industrial, o temor da substituição do trabalho humano por máquinas era pauta constante. Séculos depois, a história parece se repetir, agora com a inteligência artificial (IA) no centro das atenções. A recente proliferação de imagens geradas por IA no estilo do Studio Ghibli — que não deixou de forma nem mesmo um importante colaborador deste blog — reacendeu debates sobre os limites éticos e legais dessa tecnologia no universo artístico.

De um lado, profissionais como o animador soteropolitano Marco Alemar enxergam na IA uma ferramenta promissora para democratizar a produção artística, reduzindo custos e agilizando processos na indústria da animação. Alemar destaca que a animação tradicional é cara e demorada, e os estúdios estão sempre em busca de alternativas para otimizar a produção.
Por outro lado, há uma preocupação crescente com a apropriação não autorizada de estilos consagrados. O cineasta Sérgio Machado alerta para os riscos de utilizar a estética de um estúdio renomado sem consentimento, levantando questões de direitos autorais e possíveis implicações legais. Essa prática pode não apenas desvalorizar o trabalho original, mas também abrir precedentes perigosos para a indústria criativa.
O próprio Hayao Miyazaki, cofundador do Studio Ghibli, há quase uma década expressou sua aversão ao uso de IA na arte, classificando-a como “um insulto à própria vida”.
O que temos para hoje, é a seguinte questão, até que ponto a IA é uma ferramenta ou um meio de substituição?
Por: Beatriz Souto Maior