10%. Este teria sido o percentual cobrado por pessoas ligadas ao ex-governador Ricardo Coutinho (PT), a título de propina, a empresário do setor agrícola. As informações são do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba (MPPB), e estão na 23ª denúncia no âmbito da operação Calvário. A suposta triangulação teria irrigado os cofres do grupo para supostamente contribuir com a compra da casa de alto padrão onde vive hoje o ex-socialista. O valor do imóvel localizado no condomínio Bosque das Orquídeas, no Portal do Sol, foi de R$ 1,7 milhão.
A denúncia relata o caminho supostamente percorrido pelo dinheiro usado na compra. Além do ex-governador também foram denunciados o irmão dele, Coriolano Coutinho; a irmã, Raquel Vieira Coutinho; o filho do ex-governador Ricardo Cerqueira Coutinho (Rico Coutinho); além dos empresários Ivanilson Araújo, Denise Pahim e Anelvina Sales Neta. O empresário Ivanilson Araújo teria sido o responsável por amealhar contratos com o governo do Estado e repassar parte do dinheiro de volta para parentes do ex-governador.
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De acordo com a denúncia protocolada na semana passada, o proprietário da Santana Agroindustrial LTDA. recebeu do governo estadual R$ 2,9 milhões em 22 de fevereiro de 2018. Em seguida, no dia 28 do mesmo ano e mês, Ivanison Araújo, sócio-administrador da empresa, teria transferido R$ 300 mil para Raquel Vieira Coutinho. Ela, na sequência, no dia 9 de março, teria feito depósito de R$ 289 mil em aplicação usada pelo ex-governador para, no dia 14 de março de 2018, para compor os R$ 409,9 mil dados como parta na compra do imóvel.
O grupo empresarial citado na denúncia recebeu do governo do Estado, de acordo com os dados obtidos no Sistema Sagres do Tribunal de Contas do Estado (TCE), R$ 70 milhões entre 2011 e 2018. Na denúncia, Ricardo Cerqueira é acusado de lavagem de dinheiro, enquanto os outros denunciados respondem por crimes de lavagem e corrupção passiva. Na ação os investigadores apontam a necessidade de reparação de R$ 7,3 milhões. A triangulação, alega a denúncia, teria ocorrido através da simulação de compra de um terreno na região de Macaíba, no Rio Grande do Norte.
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