Executivo
Federação partidária poderá colocar João Azevêdo e Pedro Cunha Lima no mesmo palanque
25/12/2021 09:22
Suetoni Souto Maior
João Azevêdo e Pedro Cunha Lima vão se enfrentar no segundo turno. Foto: Divulgação/Montagem

As federações partidárias, em discussão no plano nacional, devem impor dificuldades à convivência política em vários estados. Na Paraíba, o caso mais notório é a consequência de um eventual “casamento” entre Cidadania e PSDB. Alinhadas nacionalmente, as duas siglas se bicam na Paraíba. O governador João Azevêdo, do Cidadania, colocou o nome na bolsa de apostas para a disputa da reeleição. O mesmo, por falta de opções no grupo político, foi feito pelo deputado federal Pedro Cunha Lima, do PSDB. O tucano, inclusive, vem assumindo tom tão crítico em relação ao governador que dificultaria uma reconciliação.

O problema para Pedro é que nessa briga, dificilmente ele teria a proeminência frente a uma arbitragem nacional. Seja porque João já é governador ou por ele liderar, até agora, as pesquisas eleitorais. Restaria então ao tucano bater em retirada ou trocar de sigla, coisa que o clã Cunha Lima já foi forçado a fazer, no passado, para disputar uma eleição. Este foi o quadro que resultou na vitória do ex-senador Cássio Cunha Lima em 2002, quando foi eleito governador. Ele trocou o PMDB pela sigla tucana, que passou a abrigar a família desde então nas disputas eleitorais. Os dois caminhos são áridos.

A construção da federação unindo Cidadania e PSDB é daquelas coisas dadas como certas. Os dois partidos precisam disso. O primeiro porque corre o risco de perder a viabilidade política por causa da cláusula de barreira. O segundo porque tem pretensões eleitorais para a disputa da Presidência e vê os adversários ser fortalecerem. O PT articula uma federação que pode incluir PSB, PCdoB, Psol, Rede e até o PDT de Ciro Gomes. O PSL e o DEM estão em processo de fusão para criar o União Brasil e o PL do presidente Jair Bolsonaro não terá dificuldades de encontrar parceiros.

Resta ao governador de São Paulo e potencial candidato à Presidência, João Dória, buscar o fortalecimento do PSDB. As consequências nos estados são a grande dificuldade. Como aliar os interesses nacionais com a economia interna das paróquias? Acontece que na briga de Davi contra Golias o gigante praticamente só levou desvantagem na história Bíblica. A Paraíba que se vire quando o assunto é um projeto maior. Até porque a dificuldade de relação entre os dois partidos não existe na maioria dos estados brasileiros.

Os desdobramentos desta história serão vistos no ano que vem, mas o desfecho já é imaginado…

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