Legislativo
Ex-assessor de Bolsonaro, alvo do inquérito das “fake news”, paraibano Tércio Arnaud tem sigilo quebrado por CPMI
25/08/2023 09:05
Suetoni Souto Maior
Tércio Arnaud se tornou muito próximo ao presidente e seus filhos. Foto: Divulgação

O paraibano Tércio Arnaud Tomaz teve a quebra dos sigilos telefônico e telemático aprovada pela CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do 8 de Janeiro, nesta quinta-feira (25). Ele é ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e é alvo, também, do inquérito das ‘fake news’ em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF). O requerimento foi aprovado em sessão conturbada, que marcou também as quebras de sigilo bancário da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e do hacker Walter Delgatti Neto.

Tomaz, entre outras coisas, é acusado de integrar o famoso ‘gabinete do ódio’ da Presidência da República, grupo que teria atuado durante a gestão do ex-presidente para atacar adversários políticos. No ano passado, ele foi candidato a suplente de senador, na Paraíba, na chapa que tinha como titular Bruno Roberto (PL), filho do deputado federal Wellington Roberto (PL). Ao todo, foram votados 57 requerimentos e os congressistas da oposição protestaram contra a aprovação do bloco de propostas que, segundo eles, não teria relação direta com os atos do 8 de Janeiro.

Na reunião, a reconvocação do tenente-coronel Mauro Cid foi sugerida pela relatora da comissão parlamentar mista de inquérito, senadora Eliziane Gama (PSD-MA). O tenente-coronel prestou um primeiro depoimento à CPMI no dia 11 de julho. Depois disso, investigações da Polícia Federal sugeriram a participação dele na venda ilegal de presentes recebidos de autoridades estrangeiras. A data do novo depoimento ainda não foi marcada.

Além de Mauro Cid, a comissão aprovou a quebra de sigilos de outros três militares ligados à Ajudância de Ordens da Presidência da República na gestão de Jair Bolsonaro: coronel Marcelo de Costa Câmara, tenente Osmar Crivelatti e sargento Luis Marcos dos Reis. A CPMI vai investigar o possível envolvimento deles no pagamento de despesas da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Carla Zambelli
Um lote de oito requerimentos se refere à deputada Carla Zambelli e a pessoas ligadas à família e ao gabinete dela. A CPMI aprovou a quebra dos sigilos fiscal, telefônico e telemático da parlamentar para investigar uma denúncia feita à comissão pelo hacker Walter Delgatti Neto. Segundo o depoente, a deputada teria pago R$ 40 mil para que ele tentasse invadir plataformas mantidas pela Justiça na internet.

A comissão aprovou ainda a quebra de sigilo do irmão de Carla Zambelli, o deputado estadual Bruno Zambelli (PL-SP). O objetivo é descobrir se ele testemunhou um telefonema em que Jair Bolsonaro teria sugerido que Walter Delgatti Neto assumisse a responsabilidade por um grampo ilegal contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Outros dois requerimentos aprovados quebram os sigilos fiscal, telefônico e telemático do coronel Antonio Aginaldo de Oliveira, marido de Carla Zambelli, e de Renan Cesar Silva Goulart, motorista da deputada. A intenção é apurar se os dois fizeram pagamentos ao hacker.

Por Beatriz Souto Maior

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