Executivo
Estranhos no ninho: federação partidária unindo PT, PSB, PCdoB e PV geraria dificuldades para Ricardo, Cartaxo e Gervásio
02/12/2021 15:19
Suetoni Souto Maior
Gervásio Maia e Ricardo Coutinho romperam após saída do ex-governador do PSB. Foto: Divulgação

A criação de uma federação partidária unindo PT, PSB, PCdoB e até o PV, no plano nacional, deve gerar contratempos na Paraíba. As discursões estão em curso e vão depender da superação de entraves em estados-chave. Isso por causa de desentendimentos gerados no passado recente e, em muitos casos, ao longo de muitos anos. Por aqui, as dificuldades firam em torno de um palanque que incluiria o ex-governador Ricardo Coutinho (PT), o ex-prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PV), e o deputado federal Gervásio Maia (PSB). Se os dois primeiros já não se veem como inimigos, o mesmo não pode ser dito de Maia.

As federações partidárias precisarão ser formadas até o início de abril do ano que vem e o que for definido no plano nacional deve ser reproduzido nos estados e municípios pelos quatro anos seguintes. O grupo, após a sua formação, funciona como se fosse um partido único. A união é vista como positiva para o apoio ao ex-presidente Lula, mas também para a formação de uma bancada forte. O sinal de alerta foi aceso com a fusão de siglas importantes. A junção de DEM com PSL formou o União Brasil, com uma bancada de 82 parlamentares.

Uma federação partidária envolvendo PT, PCdoB, PSB e PV teria 96 deputados. O grupo trabalha com a possibilidade de formar uma bancada com 200 deputados nas eleições do ano que vem, dentro de um cenário para lá de otimista. O problema é superar as diferenças regionais. Ricardo e Cartaxo foram adversários por longos anos, mas entrevistas recentes mostram que eles não teriam grandes dificuldades para se juntar. Já Ricardo com Gervásio, a coisa é mais complicada. Os dois romperam e este último já faz rota de aproximação com o governador João Azevêdo (Cidadania).

No plano nacional, o quadro não é dos melhores. Em São Paulo, Márcio França espera que o PT abra mão da pré-candidatura de Fernando Haddad ao governo do Estado. Em Pernambuco, o PT gostaria de ver Marília Arraes comandando o governo com a saída de Paulo Câmara (PSB) do cargo. O ponto mais pacífico é o do PCdoB, que faz qualquer negócio nos estados para não ser engolido pela cláusula de barreira. As dicursões estão ocorrendo e há quem diga que o “balaio de gatos” vivido nos Estados será superado. Só digo uma coisa: não será tão simples assim.

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